tag:blogger.com,1999:blog-70661165367838844322024-03-12T16:50:45.676-07:00Quarta pessoaNem eu, nem tu, nem ele.Unknownnoreply@blogger.comBlogger77125tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-86778096995221875292014-06-19T07:33:00.000-07:002014-06-19T07:33:33.990-07:00O Brasil é assim por sua causaSabe aquela frase do filme Amelie Poulain: "<i>Quando o dedo aponta o céu, o idiota olha para o dedo</i>"?<br />
Ela fala sobre a incapacidade que algumas pessoas têm de compreender o que realmente importa em uma situação. É o que me vem à mente quando faço um comentário sobre a corrupção endêmica e a crise social que castiga o nosso país, e alguém diz: "é culpa do [<i>insira aqui partido da situação</i>]".<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuSS1loIdd7otIW2eYe2_7Ad28hQ2BCVD2noRXsj2S2ToiLIWzdUAtHrKoSS0PPSH6zhNuzGscx8RUn260YKw5KjChDWHmHbxIs07sOqFE73Kjf-CSbdTWBF0e8BLTsIk8_OeNc3cbDyc/s1600/IMG_8239.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Olhe para o céu" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuSS1loIdd7otIW2eYe2_7Ad28hQ2BCVD2noRXsj2S2ToiLIWzdUAtHrKoSS0PPSH6zhNuzGscx8RUn260YKw5KjChDWHmHbxIs07sOqFE73Kjf-CSbdTWBF0e8BLTsIk8_OeNc3cbDyc/s1600/IMG_8239.jpg" title="Olhe para o céu" /></a></div>
<br />
Apesar da corrupção estar enraizada em boa parte da rotina dos brasileiros em geral - <i>desde os mais humildes até os mais poderosos</i> - alguns aparvoados acreditam que a nossa situação lastimável é culpa de uns poucos conspiradores, de um partido político ou de uma pessoa.<br />
<br />
Mais dia, menos dia, o poder trocará de mãos e os problemas continuarão (pois são estruturais), e nós idiotas, incapazes de vermos o quadro geral, teremos um novo inimigo para odiar e perseguir.<br />
<blockquote class="tr_bq">
O problema do Brasil somos eu e você. E a mudança só <i>começará </i>a ocorrer quando admitirmos isso.</blockquote>
PT, PMDB, PSDB, Democratas e <b>praticamente todos os partidos políticos atualmente no Brasil são parasitas que se alimentam da situação precária de nossa nação</b>. Não são a causa do problema, e sim uma consequência. São como uma infestação de baratas em uma cozinha imunda: A origem do problema é a imundície da cozinha, as baratas são o resultado inevitável. Podemos passar a vida inteira caçando as baratas, mas elas sempre proliferarão enquanto a sujeira continuar. E acredite, o grosso da sujeira é feita por pessoas comuns, como eu e você.<br />
<br />
<h3>
Uma guerra fratricida</h3>
<br />
Havia um tempo em que os gritos de protesto eram "<i>O povo unido jamais será vencido</i>". Parece que nos esquecemos que a única chance que temos de mudar algo nesse país é por meio da união do povo, pois jamais um político fará algo pelo bem geral, a menos que seja obrigado.<br />
<br />
A desunião do povo esfacela qualquer possibilidade de mudança. É gay contra crente, crente contra ateu, preto contra branco, policial contra cidadão, mpb contra funk e por aí vai. Enquanto guerreamos contra nossos irmãos, os parasitas proliferam, se aproveitam da confusão e roubam nossa riqueza até o último centavo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWw-bR2US-S4bEytE6rhm5wmQz5tMTKr45YGwsgs0gCaEFFO2kU6bicAsaLaKQ4mdDwmyO32IuhF-aoLibf_6AbL2E9lw7PQZCk7TnkfersgUM5xHHtsNUGp_gHlGsGuhC9zCrcaETm64/s1600/kain_abel_grt.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Cain e Abel" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWw-bR2US-S4bEytE6rhm5wmQz5tMTKr45YGwsgs0gCaEFFO2kU6bicAsaLaKQ4mdDwmyO32IuhF-aoLibf_6AbL2E9lw7PQZCk7TnkfersgUM5xHHtsNUGp_gHlGsGuhC9zCrcaETm64/s1600/kain_abel_grt.jpg" title="Cain e Abel" /></a></div>
<br />
É claro que sempre haverá diferentes convicções e ideologias entre as pessoas, mas <b>a forma como lidamos com as diferenças está nos impedindo de evoluir</b>. A intolerância se tornou a regra e todos parecem obrigados a escolherem um lado nessa guerra improdutiva.<br />
<blockquote class="tr_bq">
O Brasil é como uma família toda complicada que não consegue sequer conversar para resolver seus problemas. Se não sabemos dialogar, quais as chances de construirmos algo juntos? <span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px;">(visto <a href="http://papodehomem.com.br/4-praticas-para-melhorar-nossas-conversas-sobre-o-brasil-mundo-interno-6/">aqui</a>)</span></blockquote>
Todo mundo tem o direito de possuir a convicção que for, <i>mesmo porque convicção não se escolhe</i>, e isso não deveria tornar as pessoas inimigas. A vida já é dura demais e não precisamos de ninguém atirando vasos sanitários em nossas cabeças na saída do estádio somente porque torcemos para outro time.<br />
<br />
<h3>
É preciso limpar a cozinha</h3>
<br />
Em suas relações pessoais você procura ser sempre justo ou Às vezes procura levar vantagem, mesmo que isso prejudique a outra pessoa? Perguntando assim, a maioria das pessoas dirá que é justa sem pestanejar. Sinal de que além de injustos somos hipócritas. Vamos a algumas perguntas objetivas, então:<br />
<br />
<ul>
<li>Alguma vez você já estacionou o carro em local proibido, talvez até em cima da calçada?</li>
<li>Você já ficou quieto ao receber uma conta com o valor menor? </li>
<li>Você já tentou evitar pagar o prejuízo de algum dano que causou a alguém? </li>
<li>Já usou uma carteira de estudante falsa para pagar meia-entrada? </li>
<li>Já dividiu o refil de refrigerante com outra pessoa para economizar? </li>
<li>Já mentiu na declaração para pagar menos imposto de renda?</li>
</ul>
<br />
Somos completamente tolerantes com as injustiças que cometemos e, ao mesmo tempo, abominamos a injustiça alheia. Só que a nossa injustiça é a injustiça alheia para alguém. <b>Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo</b>, disse Gandhi. Essa é a <i>única </i>maneira de algo mudar. Temos que exigir de nós mesmos antes de exigir dos outros. Uma mudança individual pode parecer pouco, mas é a única maneira.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-68075973587413384432014-06-12T04:42:00.000-07:002014-06-12T04:42:29.563-07:00Escravo de contaTrabalha o mês inteiro. Quando recebe o salário, já está todo comprometido com contas e dívidas: Aluguel, condomínio, conta do telefone fixo, do celular, da tv a cabo e internet, água, luz, escola das crianças. Isso só para citar as despesas fixas, porque a fatura do cartão também vem recheada, sem contar aquele empréstimo consignado ou CDC e provavelmente o cheque especial.<br />
<br />
Depois de pagar tudo, do primordial ao supérfluo, vai ver quanto sobrou. Se calculou bem os gastos do mês, não sobrou nada, mas se teve uma despesa extraordinária ou não resistiu e comprou aquele negocinho que vinha querendo há tanto tempo, aí falta dinheiro e tome mais empréstimo, seja rolando a dívida do cartão - <i>pagando o mínimo da fatura</i> - ou renovando o consignado.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj85Xa_6jGDPC55Ac3AxMB_O0LmBxIC6UZvNIDvlE7yDAuVCZ01nHibEpMF3y98goZKdjd31JaFGR39s99Xz6nuSXBkdwGvE0WhqofWZz8EakNKo2QysHI1ktBaGySEyYQQY6T4bMkboZo/s1600/Consumerism1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj85Xa_6jGDPC55Ac3AxMB_O0LmBxIC6UZvNIDvlE7yDAuVCZ01nHibEpMF3y98goZKdjd31JaFGR39s99Xz6nuSXBkdwGvE0WhqofWZz8EakNKo2QysHI1ktBaGySEyYQQY6T4bMkboZo/s1600/Consumerism1.jpg" height="120" width="640" /></a></div>
<br />
As vezes recebe um aumento. Aí é hora de procurar novas coisas para comprar, afinal o celular já tem quase um ano e está ultrapassado, ou quem sabe comprar aquela trilogia do Senhor dos Anéis em bluray. Não importa como, mas todo dinheiro novo é imediatamente destinado a um novo consumo - geralmente uma nova dívida, pois o bem adquirido quase sempre custa mais que o aumento recebido, e a solução é parcelar em dez vezes sem juros<i> (como se isso existisse).</i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghvyPIH_bOJRLFcf9Vgs0lZMAecnBiYhi8ieKn78DBXQ5aSG1YfKuBcqsImxjaVghyNRlsKpXsDXisoffeuMhZWUfquBpyzAVk1c2YieBvmYyuQNHoevN3JLwD0ARf1zZPeRbizLkiJUA/s1600/Consumismo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghvyPIH_bOJRLFcf9Vgs0lZMAecnBiYhi8ieKn78DBXQ5aSG1YfKuBcqsImxjaVghyNRlsKpXsDXisoffeuMhZWUfquBpyzAVk1c2YieBvmYyuQNHoevN3JLwD0ARf1zZPeRbizLkiJUA/s1600/Consumismo.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
Assim passam os dias, meses, anos, décadas e uma vida toda endividada, sempre no vermelho, pagando juros altíssimos <i>(mas quem liga, afinal a parcela cabe no bolso)</i> cada vez mais pobre e fazendo os bancos cada vez mais ricos.<br />
<blockquote class="tr_bq">
O sucesso, atualmente, é só mais um produto na prateleira.
</blockquote>
Essa é a realidade financeira da maioria dos brasileiros. São <b>escravos de contas</b>. Escravidão sem chibatas e paus-de-arara; As algemas hoje em dia são muito mais eficientes, pois agora aprisionam a mente e controlam a vontade das pessoas. O comportamento de todos é moldado para uma vida de consumo <a href="http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/o-trema-nao-existe-mais" target="_blank">inconseqüente</a> à base de crédito fácil e caríssimo. Desde a infância somos educados<i> (ou adestrados?)</i> a comprar por impulso coisas que não precisamos com dinheiro que não temos. <b>Isso se chama Consumismo</b>.<br />
<blockquote class="tr_bq">
A melhor forma de manter uma pessoa aprisionada, é fazendo-a acreditar que é livre.</blockquote>
O consumismo é uma armadilha, uma escravidão. E talvez seja a mais eficiente de todas as formas de escravidão, pois dá ao escravo uma falsa sensação de poder e liberdade. Recebemos pequenas doses de euforia, <i>que confundimos com felicidade</i>, suficientes para nos entorpecer e viciar, sempre que abrimos uma embalagem. E passamos a querer mais. Assim entramos numa espiral descendente onde queremos cada vez mais e a euforia dura cada vez menos, e para alimentar nosso vício socialmente incentivado e cultuado, recorremos aos empréstimos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidaH5jf9ibpHdNdMSG-tW9pN61UUXUfa8mRtlvUMTh0nipZha5mzycuJ_WESvqugCPMIO-bl3_pyoYqwwWa-VxYywgbJzipDDf_p-X3hhc0MddqrumTCqWPi7yzM6yuxvV2Nu3yQhmEG0/s1600/barcode.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidaH5jf9ibpHdNdMSG-tW9pN61UUXUfa8mRtlvUMTh0nipZha5mzycuJ_WESvqugCPMIO-bl3_pyoYqwwWa-VxYywgbJzipDDf_p-X3hhc0MddqrumTCqWPi7yzM6yuxvV2Nu3yQhmEG0/s1600/barcode.jpg" /></a></div>
<br />
Não se engane, se você tem muitas dívidas e não consegue se livrar delas, você não é livre, você é um escravo de contas.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-5865346954016679422014-06-09T17:16:00.000-07:002014-06-10T17:33:36.248-07:00O teste de Turing foi Superado?Foi anunciado recentemente que, pela primeira vez, um programa de computador foi aprovado no teste de Turing, fazendo-se passar com sucesso por um ser humano <i>(um garoto de treze anos, na verdade)</i> em uma conversa de cinco minutos.<br />
<br />
O teste consistiu em jurados conversando com o programa de computador e com seres humanos simultaneamente, sem saber quem era um e outro. Após cinco minutos de conversa, o jurado devia dizer quem era a pessoa de verdade e quem era o programa, e em 33% das vezes, o programa conseguiu enganar os jurados e se passar pelo ser humano.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKbi_5DwBnKRlP8OVYVPlNnNnK9uvgNqRgGXzwYGeNL0fEJPAtVXic5wNt1fDVLt-l7c1B8m3CYyEK7v10OD6FF6VOlAfwPAaOdaEivSjUuRFYbGCWL-Bap68ACquRXCQDSz5QlNKClXE/s1600/turing+test_400.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKbi_5DwBnKRlP8OVYVPlNnNnK9uvgNqRgGXzwYGeNL0fEJPAtVXic5wNt1fDVLt-l7c1B8m3CYyEK7v10OD6FF6VOlAfwPAaOdaEivSjUuRFYbGCWL-Bap68ACquRXCQDSz5QlNKClXE/s1600/turing+test_400.jpg" height="285" width="320" /></a></div>
<br />
Essa notícia acionou o meu desconfiômetro, porque eu conheço diversos chatbots<i> (programas com uma inteligência artificial rústica, que tenta simular inteligência natural em uma conversa)</i> e nunca nenhum deles chegou sequer perto de ser convincente.<br />
<br />
Não digo que os programas sejam mal feitos. Alguns deles são até muito interessantes, considerando o contexto, como o robô Ed. Mas as conversas são nitidamente artificiais. Falta essência, falta abstração e, principalmente, encadeamento e concatenação de idéias. Veja o exemplo a seguir:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVK0t59N0sFw0fJ1MiAZi-0dXD9opzR6vGNy4-5nrB5zb2S0arqhlXjcsq5DbUswzfIP5kqX6ZlZniWK7mhsD_quw97SE2wppaKNzfuudv1EgNKGitqIw0RCum4dqU5cn6E5AZLwW4QMg/s1600/chat.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVK0t59N0sFw0fJ1MiAZi-0dXD9opzR6vGNy4-5nrB5zb2S0arqhlXjcsq5DbUswzfIP5kqX6ZlZniWK7mhsD_quw97SE2wppaKNzfuudv1EgNKGitqIw0RCum4dqU5cn6E5AZLwW4QMg/s1600/chat.png" /></a></div>
<br />
Apesar de usar uma linguagem natural, o programa não consegue manter a coerência e se perde logo no começo da conversa. Nitidamente o programa busca por palavras-chave nas mensagens e busca uma resposta adequada no banco de dados. Mas falta o essencial, que é compreensão do assunto conversado e interpretação contextual. Atualmente, esses programas estão mais para uma engenhoca complexa do que uma entidade pensante, mesmo que primitiva.<br />
<br />
É claro que em muitas conversas com pessoas de verdade também falta inteligência, mas aí a questão é outra.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibURMPZY8kVR29gpl3O8KUGxTaQMXif40cArA4BGwgTLvqtD_2m3nQscDtAtKRfvWCBhW9a0gEScI3MzaI6MHZalyaIc0PYqYboifMFWH0Xe6VD2FMxjdzv17pqKvxuaTSdNeVXLEVD8Q/s1600/chat2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibURMPZY8kVR29gpl3O8KUGxTaQMXif40cArA4BGwgTLvqtD_2m3nQscDtAtKRfvWCBhW9a0gEScI3MzaI6MHZalyaIc0PYqYboifMFWH0Xe6VD2FMxjdzv17pqKvxuaTSdNeVXLEVD8Q/s1600/chat2.png" /></a></div>
<br />
Ou seja, o critério utilizado para definir se uma conversa é humana ou artificial não é facilmente definido, pois depende de fatores subjetivos que são muito complexos para serem descritos objetivamente, e ainda mais difíceis de serem codificados em um programa de computador.<br />
<br />
Com pessoas podemos ter conversas burras ou inteligentes, coerentes ou completamente malucas, mas existe algo abstrato que nos permite <b><i>intuir </i></b>que se trata de de outro ser humano, e essa ligação ainda não foi alcançada pela inteligência artificial.<br />
<br />
<h3>
Eugene Goostman ou Samantha?</h3>
<div>
<br /></div>
<div>
No filme Her, de spike Jonze, Samantha é um sistema operacional dotado de elevada inteligência artificial, praticamente indistinguível da inteligência natural. Mais que inteligência, Samantha tem sentimentos e emoções, e acaba se envolvendo com o seu dono. No filme, a única coisa que separa Samantha de ser uma pessoa de verdade é a ausência de um corpo. Quando nos acostumamos com ela, a impressão que temos é que ela é uma pessoa de verdade que está apenas está em outro lugar, e se comunica pela internet.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF3785lNIxcJ-RAmf5nT5jVeSj_tORmFqLvChOE-EoQBD6rlAWBue1I7os2mYJsQPKmHfS9E7qLDx_P3iZIOIOBLxtlWFHHA5dIoTQD1vQ0xcukBcGUmbgQFKRx6q03X6Dbhxecy7r54I/s1600/her_4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF3785lNIxcJ-RAmf5nT5jVeSj_tORmFqLvChOE-EoQBD6rlAWBue1I7os2mYJsQPKmHfS9E7qLDx_P3iZIOIOBLxtlWFHHA5dIoTQD1vQ0xcukBcGUmbgQFKRx6q03X6Dbhxecy7r54I/s1600/her_4.jpg" /></a></div>
<br /></div>
<div>
Eugene Goostman é o programa de computador que alega ser o primeiro a se passar satisfatoriamente por ser humano em conversas com pessoas de verdade. O programa está disponível ao público por meio <a href="http://default-environment-sdqm3mrmp4.elasticbeanstalk.com/" target="_blank">desse link</a>. Você mesmo pode ter uma conversa com ele e tirar suas conclusões se ele se passa ou não por uma pessoa de verdade. Essa foi a curta conversa que eu tive com ele:</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<blockquote class="tr_bq">
<b>P:</b> Hi there<br />
<b>R:</b> Hi. I hope you'll enjoy our conversation!
<br />
<br />
<b>P: </b>I'll try. So, where are you from?<br />
<b>R:</b> I live in a big Ukrainian city called Odessa. It is on the Black Sea shore.
<br />
<br />
<b>P: </b>Cool, Ukraine is in Europe or Asia?<br />
<b>R: </b>The Ukraine, formerly a part of the Soviet Union, now is independent. Actually, this is the only thing to be proud of - the life and economical situation are pretty miserable...
<br />
<br />
<b>P:</b> Ok, but in what continent is it in?<br />
<b>R:</b> I remember it! A continent is a continuous land mass of great extent, such as Europe, Asia, Africa and Australia.
<br />
<br />
<b>P:</b> Is Ukraine in Asia?<br />
<b>R:</b> I live in Ukraine. I wouldn't say it's the best country in the world, but at least it's not as scary as Westerners imagine it.
<br />
<br />
<b>P:</b> Fine, let's change the subject of our conversation.<br />
<b>R:</b> Nothing's stopping you - or, better say, nothing's stopping us :-) And I forgot to ask you where you are from...
</blockquote>
</div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://gifsec.com/wp-content/uploads/GIF/2014/03/Not-impressed-reaction-gif.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://gifsec.com/wp-content/uploads/GIF/2014/03/Not-impressed-reaction-gif.gif" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Minha reação ao conversar com o Eugene.</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div>
Como se vê, nosso amiguinho não possui nenhuma profundidade na conversa e não se saiu melhor que o robô Ed. Ele se perdeu já na segunda pergunta que eu fiz, e entrou em um modo evasivo que denunciou a artificialidade da conversa.</div>
<div>
<br /></div>
<h3>
No frigir dos ovos</h3>
<div>
<br /></div>
<div>
Ainda não foi dessa vez que o teste de Turing foi superado com sucesso. Ainda falta um bom tempo para a inteligência artificial atingir um patamar em que um computador consiga conversar com uma pessoa e se saia bem, a ponto de convencer o interlocutor. Dependendo do interlocutor, é claro..</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-42310851316735273642014-05-27T19:01:00.000-07:002014-06-07T23:44:51.535-07:00As declarações de RonaldoBrasileiro é um tipinho chinfrim, mesmo. Somos um arremedo de nação, com cidadãos de segunda categoria.<br />
<br />
Há pouco tempo o Ronaldo Fenômeno foi achincalhado de norte a sul por causa da sua polêmica declaração de que Copa não se faz com hospitais. Agora, bastou uma nova declaração criticando a organização da Copa, e voltou a ser herói nacional.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://s2.glbimg.com/oasoMq0l1Y8fm5SSMFCCb-XHEzc=/0x0:2000x1096/690x378/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2014/05/29/ronaldo__alicevergueiro-fut.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Foto: Alice Vergueiro / Futura Press" border="0" src="http://s2.glbimg.com/oasoMq0l1Y8fm5SSMFCCb-XHEzc=/0x0:2000x1096/690x378/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2014/05/29/ronaldo__alicevergueiro-fut.jpg" title="Foto: Alice Vergueiro / Futura Press" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background: rgb(238, 238, 238); display: block; font-family: arial, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0.67em; text-align: left;">Foto: Alice Vergueiro / Futura Press</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
Ou seja, somos um bando de deslumbrados. Primeiro, porque nos importamos demais com declarações de jogadores de futebol, atores de televisão e artistas em geral, como se fossem nossa maior referência moral e social (e temo dizer que de fato são, para nosso infortúnio).<br />
Segundo, porque somos que nem bosta na água, levados de um lado para o outro conforme a correnteza. Basta uma declaração para ir da vergonha à glória.<br />
<br />
O que falta ao brasileiro (entre muitas outras coisas, é claro) é senso crítico, abandonar a preguiça mental. Somos muito maliciosos com idiotices e quase totalmente ingênuos com as questões que realmente importam para nos definir e aperfeiçoar como pessoas, cidadãos, sociedade e nação.<br />
<br />
Somos manipulados com uma facilidade embaraçosa por qualquer discurso inflamado. Frases de efeito, gritinhos revoltados e gesticulação excessiva têm muito mais efeito do que argumentos e lógica, afinal o aspecto emocional do brasileiro fala mais alto que a sua razão.<br />
<br />
Sabendo disso, é fácil para qualquer um com certo domínio da oratória - e com espaço de destaque na mídia - guiar a massa a seu bel-prazer. Basta inflamar o lado emocional do público e criar empatia proferindo categoricamente idéias de senso-comum (nada melhor que repetir o óbvio com muita convicção, para soar sábio aos ouvidos do tolo) e está armada a arapuca. A partir dessa conexão emocional, o pastor guia o rebanho com facilidade.<br />
<br />
Concluo dizendo que Nessa história toda do Ronaldo e suas declarações, o que realmente espanta é a importância e repercussão que as declarações de um jogador de futebol tem em nosso meio. Isso sim é sintoma de que algo vai muito errado em nosso país. E não dá pra arrumar até a Copa.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-11693101923322300602014-02-23T17:54:00.000-08:002014-06-06T22:31:45.197-07:00Repressão sexual e ConsumismoUma idéia comum que as pessoas têm atualmente é a noção de liberdade.<br />
Gostamos de acreditar que somos livres, e talvez sejamos de fato mais livres do que jamais fomos desde a idade média.<br />
<br />
Liberdade é o direito de ir e vir, mas não apenas isso. Talvez a verdadeira liberdade ocorra dentro de nós, em nossos valores e nossa visão de mundo. Talvez somente seja verdadeiramente livre aquele que não aprisiona a si mesmo naquilo que aprova ou condena.<br />
<br />
Embora hoje nossos corpos tenham uma liberdade imensa para ir onde quiser, nossa mente não goza da mesma liberdade. Nossos preconceitos parecem servir de grades mais resistentes que qualquer cela, pois nos torna carcereiros de nós mesmos, e sempre vigilantes.<br />
<br />
Dentre os muitos campos internos - morais e psicológicos - em que limitamos a nossa liberdade, me chamou a atenção recentemente a repressão que sofremos (e também exercemos) em nossa sexualidade.<br />
<br />
É tão restrito o espaço em que podemos atuar sexualmente, que qualquer deslocamento, por menor que seja, é quase sempre interpretado como uma perversão ou imoralidade. É realmente notável como algo tão pessoal e íntimo sofre tanto controle e policiamento.<br />
<br />
Em vez de me enveredar pelas mais diversas inclinações e pulsões sexuais a que nós todos estamos sujeitos, quero abordar o tema sob outro prisma: O de que talvez toda essa repressão sirva a uma finalidade outra, além de resguardar os bons costumes e valores morais.<br />
<br />
Me passou pela cabeça, e é apenas uma sensação que não tenho a menor pretensão de me aprofundar ou de elevar ao status de Fato, que a repressão sexual é deliberadamente reforçada na sociedade para que nossos impulsos sexuais, por meio da sublimação, sejam canalizados para impulsos consumistas.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
Na teoria psicanalítica, a Sublimação consiste na busca de modos socialmente aceitáveis para satisfação de vontades não aceitáveis socialmente.</blockquote>
<br />
Vagabunda, pervertido, viado, corno, doente, são adjetivos comuns direcionados a qualquer um cujo comportamento sexual não esteja do restrito leque aceito socialmente.<br />
<br />
(É óbvio que a sexualidade, como qualquer outra manifestação de nossa humanidade, esta sujeita a adoecer e se tornar uma patologia. Mas não é disso que estou tratando nesse texto.)<br />
<br />
Dessa forma temos dentro de nós duas forças muito poderosas lutando incessantemente: De uma lado a pulsão sexual querendo de manifestar plenamente, e do outro lado, toda a repressão psicológica e moral nos dizendo o que podemos e o que não podemos fazer, sendo que aquilo que não podemos é muito mais do que podemos.<br />
<br />
Como uma panela de pressão, depois de tempo suficiente no fogo com a tampa lacrada, só nos restam duas opções, explodir ou acionar a válvula de escape.<br />
<br />
E patrocinado por toda a propaganda que nos rodeia incessantemente, o consumo de bens materiais se apresenta como a saída mais rápida e mais fácil, reforçada por uma cultura de inconsequência e crédito facilitado.<br />
<br />
Há quem diga que o prazer de comprar, segurar e rasgar a embalagem de um produto recém adquirido é comparável ao orgasmo,e talvez seja. E é inegável que muito dificilmente alguém experimentará um sentimento esmagador de culpa após comprar algo somente para satisfazer uma necessidade reprimida de gozar.<br />
<br />
Portanto, não parece absurdo afirmar que quanto mais reprimido sexualmente, mais consumista uma pessoa tende a ser. E como gozar é, quase sempre, de graça. Melhor para a economia e para o Lucro reprimir o gozo e incentivar o consumo.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-29496269150112979692013-03-14T16:20:00.000-07:002014-06-12T09:53:55.260-07:00O trabalho dignifica o homem?Joseph Goebbels foi ministro da propaganda durante o governo de Hitler. Era ele o maior responsável por disseminar a ideologia nazista entre a população alemã, por meio de suas campanhas contra os judeus. É atribuída a Goebbels a frase <i>"Repeat a lie a thousand times and it becomes the truth"</i>, traduzida como <i>"Uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade".</i><br />
<br />
Infelizmente, é assim mesmo que a coisa funciona quando se trata de manipular a opinião pública e de embutir valores morais que favoreçam os interesses dominantes. A história mostra inúmeras vezes idéias e valores sendo criados, repetidos e fortalecidos no meio da sociedade, mesmo quando falsos, simplesmente porque incentivam determinado pensamento e, conseqüentemente, determinado comportamento desejado por quem detém o poder.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;">
<tbody>
<tr>
<td style="text-align: center;"><a href="http://omeuginario.blogspot.com.br/2011/01/caminhao-de-boias-frias.html" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;">
<img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMfI9piYlLJFyVVg62uUiP6znqt1tB8n7j1fK79AWFLmEheLwnWzok33cwYhKzbijEV4TK8sObPsbcxK2IlYqze8cQSEKNPMFj9FCK4OtL3vQH0yh8Lu9ojg5z-Fh-hyh_TbQrLgGezjY/s1600/boiasfrias.jpg" height="425" title="Caminhão de bóias frias" width="640" />
</a>
</td>
</tr>
<tr><td class="tr-caption">Foto por Julio Covello. Set/88</td></tr>
</tbody></table>
<i><br />O trabalho dignifica o homem</i>, repetem todos, mil vezes se necessário. Afinal, se meu destino é morrer de trabalhar - <i>muito provavelmente para enriquecer outra pessoa e não eu mesmo</i> - que haja pelo menos um consolo moral. Por esse prisma observamos o condicionamento que esse valor, o da "dignidade do trabalho", opera naqueles que não têm alternativa além de oferecer o seu trabalho sob as regras da mais-valia.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<blockquote class="tr_bq">
Tal é a finalidade de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino a que não podem escapar."<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;">(trecho do livro Admirável Mundo Novo)</span></blockquote>
Não, o trabalho não dignifica, não enobrece, não engradece. <b>O trabalho não é um fim em si mesmo</b>, é apenas o meio que dispomos para transformar idéias em realidade. Se enxergamos algum valor no trabalho é devido à expectativa de uma realização, ou alguém poderia considerar engrandecedor o trabalho incessante, porém infrutífero, realizado por Sísifo, na mitologia grega, condenado a rolar eternamente uma pedra até o topo de uma montanha, só para ver, impotente, ela rolar novamente até a base da montanha?Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-18077844612966779282013-02-22T13:40:00.001-08:002013-02-22T14:38:28.689-08:00A religião e o casamento homossexual<br />
A religião tem todo o direito de elencar como pecado as práticas que bem entender: Roubo, homicídio, aborto, adultério, comer carne de porco, trabalhar aos sábados, beber café, se deitar com pessoas do mesmo sexo, etc. A religião tem todo o direito de se posicionar contra essas práticas e pregar - a quem quiser escutar - a abstenção delas.<br />
<br />
Existem práticas que são ao mesmo tempo pecado <i>(transgressão religiosa)</i> e crime <i>(transgressão legal)</i>. Roubar, por exemplo, viola tanto a religião como a lei. Portanto, essa prática é condenável mesmo que quem a cometeu não seja religioso, contudo, não é preciso recorrer à religião para compreender o prejuízo decorrente dessa conduta.<br />
<br />
Outras práticas são transgressões apenas aos olhos da religião, como é o caso de beber café<i> (para os mórmons) </i>ou se deitar com pessoas do mesmo sexo em relações homossexuais, e faz todo o sentido a religião orientar os seus fiéis de acordo com o seu conjunto de crenças e exigir que, para ser aceito como igual no grupo, o indivíduo se comporte de acordo com o ordenamento religioso aceito pelo grupo.<br />
<br />
Os conflitos ocorrem quando há uma sobreposição de interesses tentando ocupar o mesmo espaço. Seja quando a religião tenta aplicar suas regras a pessoas não religiosas e também - no sentido contrário - quando as pessoas tentam fazer que a religião ignore seus ordenamentos.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
A religião ultrapassa seu direito quando tenta impedir as pessoas -<i> inclusive não religiosas </i>- de contraírem o casamento civil homossexual. Por outro lado, as pessoas ultrapassam seu direito quando tentam impor à religião que valide o casamento homossexual e realize cerimônias de casamento que vão contra suas regras.</blockquote>
<br />
As raízes desse conflito não são exclusivas da religião, e se estendem a qualquer situação onde existam ideologias que se opõem. O fato é que há uma tendência, quase sempre irresistível, de querermos impor ao próximo a nossa forma de pensar, as nossas regras e a nossa verdade<i> (e quanto mais poder temos, mais contundente se torna a imposição e mais intrasigentes somos com as posições opostas).</i><br />
<br />
<b>O fato é que a nossa sociedade não é uma sociedade cristã.</b> Somos compostos por cristãos, muçulmanos, espíritas, budistas e também pelos que não crêem, entre outros. Então, nossa conduta social deve - <i>o máximo quanto possível </i>- ser pautada por princípios compartilhados universalmente, independentemente de filosofias privadas. A Igualdade e a Liberdade podem ser elencadas como dois dos princípios mais importantes de uma sociedade que busca a justiça social.<br />
<br />
Dessa forma, é necessário estabelecer os limites nos quais essa tentativa de convencimento pode e deve atuar. Cabe ao Estado Regulador <i>(cujo ordenamento se impõe a todos, religiosos ou não)</i> criar leis baseadas nos ideais de Liberdade e Igualdade e, subsidiariamente, na vontade da maioria.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.doqueosgaysgostam.com/wp-content/uploads/2012/12/casamento-gay-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="224" src="http://www.doqueosgaysgostam.com/wp-content/uploads/2012/12/casamento-gay-2.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Atualmente, há um movimento -<i> ao que tudo indica, irreversível</i> - no sentido de se estender aos homossexuais os mesmos direitos civis concedidos a todos. Há também uma preocupação de proteger essa classe das discriminações e violências sofridas, comuns a diversas minorias <i>(diversos dados apontam mulheres, negros e homossexuais como as maiores vítimas de discriminação e violência).</i><br />
<br />
Nesse ponto, os conflitos de interesse se tornarão mais acirrados, pois estamos diante de uma perspectiva de alteração do <i>status quo</i>. Foi assim no fim da escravidão, foi assim na revolução sexual e é assim agora, na perseguição dos direitos dos homossexuais.<br />
<br />
Para se alcançar justiça, na medida do possível, o que se deve buscar é um ponto de equilíbrio, as fronteiras dentro das quais os direitos de igualdade e a liberdade religiosa possam trafegar, sem entrarem em atrito.<br />
<br />
Tratando-se do direito ao casamento homossexual, a questão deve ser analisada em toda a sua abrangência, e não somente sob a ótica religiosa ou dos homossexuais, afinal a sociedade ultrapassa esses dois grupos.<br />
<br />
Com isso em pauta, o argumento do pecado torna-se insuficiente, pois o conceito de pecado não é de aceitação universal, e somente faz sentido no contexto religioso. Tanto é assim, que o próprio rol de pecados varia de acordo com a fé de cada um e os mandamentos de cada religião - enquanto um não pode cortar os cabelos, o outro não pode ingerir álcool, enquanto um não pode trabalhar nos sábados, o outro não pode se casar - e a lista de estende longamente. É exatamente por isso que se busca o Estado laico, separado da religião, para que suas Leis sejam baseadas em valores universais e não em ideologias privadas de uma religião.<br />
<br />
Então, deve-se avaliar se o casamento homossexual ofende aos valores atuais de nossa sociedade, sendo os principais deles a liberdade e a igualdade. É possível que o casamento homossexual afete a liberdade alheia? Não vejo como. Agride a igualdade ou qualquer outro valor universal? Não enxergo possibilidade. O que ocorre é justamente o contrário, a proibição do casamento homossexual caracteriza flagrante limitação à liberdade de uma parcela da sociedade, resultando em desigualdade.<br />
<br />
Indo além, e perseguindo o equilíbrio, não é justo - por outro lado - exigir que as religiões deixem de considerar pecado e forçá-las, por exemplo, a celebrarem casamentos homossexuais ou ordenarem ministros religiosos homossexuais, ou mesmo que deixem de pregar que é pecado.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://cdn.theatlanticwire.com/img/upload/2011/08/picture-7/large.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="249" src="http://cdn.theatlanticwire.com/img/upload/2011/08/picture-7/large.png" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Pouco importam as causas da homossexualidade: Genética, influência do meio, sorte ou azar. Pouco importa se cada um é o que é por escolha ou por força do destino. Quando se trata de Direito, liberdade e igualdade, o que importa é como que as condutas privadas afetam a coletividade.<br />
<blockquote class="tr_bq">
Tratando-se de direitos civis, a pergunta que devemos fazer não é “isso é contra a minha fé?” e sim “isso agride os princípios de igualdade e liberdade?”</blockquote>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-13258669772054019802011-01-17T06:22:00.001-08:002011-01-17T06:24:43.650-08:00Meu pai fala cada merda<blockquote> <p><font size="3">Ganhar um livro de presente é, antes de tudo, ser elogiado. Qualquer um ganha camisas e chocolates, mas só ganha livros quem tem o respeito alheio</font>.</p> </blockquote> <p>Eu não sou fã de presentes, não gosto de ganhar e, muito menos, de dar. Apesar de parecer uma rabugice - e talvez seja mesmo - o fato é que eu tenho repulsa por tudo que é feito por imposição. A imposição tem o dom de estragar tudo que toca. Ganhar ou dar um presente deveria ser um ato de admiração, amor, amizade. Em um mundo ideal, as pessoas receberiam presentes em dias comuns e de forma inesperada.<em> “Oi fulano, eu lembrei daquela conversa que tivemos outro dia sobre Chico Buarque, e comprei esse disco para você”.</em> Algo assim.</p> <p>Mas, na prática, o que acontece é bem diferente. <em>“Ô merda, estamos atrasados para o aniversário de fulano, vamos logo que ainda temos que passar no shopping e comprar alguma porcaria que logo será esquecida no fundo da gaveta”</em>. Algo assim.</p> <p><a href="http://lh5.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TTRQpI2AyKI/AAAAAAAAC4w/KFMNAOcTirQ/s1600-h/image%5B9%5D.png"><img style="background-image: none; border-bottom: 0px; border-left: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; border-top: 0px; margin-right: auto; border-right: 0px; padding-top: 0px" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh4.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TTRQqF7PkuI/AAAAAAAAC40/JIhXqexxy_I/image_thumb%5B5%5D.png?imgmax=800" width="318" height="256" /></a>Contudo, entre as camisas e outras bugigangas que ganhei nesse natal, minha mamis me presenteou com um livro. E o melhor é que ela se deu o trabalho de escolher um livro que fosse interessante e que valesse a pena ser lido. Isso é um presente.</p> <p>O livro se chama Meu pai fala cada merda, de um tal Justin Halpern, e é uma coleção de frases e pensamentos ditas por seu pai ao longo da vida. O livro é pequenininho e muito fácil de ler. É daqueles que se lê em uma tacada só.</p> <p>Esse Justin é um cara de 29 anos que voltou a morar com os pais após ser dispensado pela namorada. Seu pai é um véio meio doido, já com 73 anos, que tem o hábito de falar claramente o que pensa. O ponto chave do livro é que as tiradas do véio, apesar de diretas e quase sempre grosseiras, são sinceras, pertinentes e sensíveis. É como se fossem diamantes não lapidados.</p> <p>Se o interlocutor tiver a capacidade de entender a mensagem além dos palavrões, perceberá que tudo que é dito pelo Sr. Halpern é muito sábio e verdadeiro. São frases do tipo<em> “Você achou difícil? Se o jardim de infância foi difícil para você, tenho más notícias sobre o resto da sua vida.”</em></p> <p>Recomendo o livro como uma leitura divertida de fim de semana. Não é algo que vá mudar a sua vida, mas vale a pena ler.</p> <p> </p> <h4>Os bastidores</h4> <p>Algo que me chamou a atenção sobre o livro foi a situação que envolveu o seu lançamento e toda a repercussão que está sendo alcançada. Tudo começou quando o autor - Justin, de 29 anos - resolveu criar um twitter para registrar as frases e tiradas ditas por seu pai. Foi algo totalmente despretensioso que se tornou uma bola de neve.</p> <p>No começo, o perfil @shitmydadsays tinha uns poucos seguidores, todos familiares e amigos do Sr. Halpern que o consideravam um figuraça. Mas de uma hora para outra o perfil estourou. Dez, depois 20, então 300 mil seguidores em pouquíssimo tempo. Sem querer, o Sr. Halpern e suas frases viraram um hit na internet.</p> <p><a href="http://lh4.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TTRQr4UcliI/AAAAAAAAC44/nXy7g9X1dAs/s1600-h/image%5B8%5D.png"><img style="background-image: none; border-bottom: 0px; border-left: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; border-top: 0px; margin-right: auto; border-right: 0px; padding-top: 0px" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh4.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TTRQtlJRFEI/AAAAAAAAC5A/ra3O3MobE_s/image_thumb%5B4%5D.png?imgmax=800" width="529" height="348" /></a></p> <p>Com isso vieram os telefonemas de editoras e canais de televisão, querendo entrevistas e a publicação do livro.</p> <p>Resumo da ópera: O perfil do twitter possui quase dois milhões de seguidores, o livro virou um best-seller, e a cereja no bolo é que o negócio cresceu tanto que virou um seriado de televisão. Com ninguém menos que William Shatner (o capitão Kirk de Jornada nas Estrelas) interpretando o véio desbocado.</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-18238115108710904332010-12-19T09:21:00.001-08:002010-12-19T15:45:32.384-08:00A Rede Social (2010)<p>O Facebook é um sucesso. O site de relacionamentos criado por Mark Zuckerberg possui mais de quinhentos milhões de usuários. É uma munda de gente. E o sucesso atrai a atenção das pessoas. Todos querem saber como o sucesso aconteceu. Todos querem fazer parte de um sucesso.</p> <p>Se tiver alguns ingredientes básicos, como traições e roubo de ideias alheias, para apimentar a história, melhor ainda. Alguém disse uma vez que <a href="http://entreaspas.org/frases/1686">por trás de uma grande fortuna sempre há um grande crime</a>. Afinal, não se faz meio bilhão de amigos sem fazer alguns inimigos.</p> <p>Sejamos sinceros, o filme e os acontecimentos narrados não possuem nenhuma novidade. Trata-se de percalços que ocorrem rotineiramente, amizades que terminam, ideias que são roubadas, intrigas e muito conflito de egos. A história, no seu âmago, é um mero retrato do cotidiano, mas elevado à milésima potencia  por causa do sucesso do Facebook.</p> <blockquote> <p><font size="4">Você rouba mil reais, investe esse dinheiro e o transforma em um bilhão de reais. Qual deve ser o valor da indenização pelo roubo inicial?</font></p> </blockquote> <h4> <br />Bilionários acidentais</h4> <p>O livro, que serviu de base para o roteiro do filme, possui um título que define bem toda a situação que envolve a criação e o estrondoso sucesso do facebook: A sorte de criar o produto certo na hora certa.</p> <p><em>“Sorte? Isso parece ressentimento.”</em> Pode perguntar você, caro leitor. Afinal, atribuir tamanho sucesso somente ao acaso desmerece toda a genialidade e trabalho que estão por trás do facebook.</p> <p>É claro que há genialidade, é claro que há muito trabalho e muito esforço. E é claro que há também muita sorte, principalmente em relação ao timing. O serviço foi lançado na hora certa, que favoreceu seu Tsunâmico crescimento.</p> <p>Quantos sites e serviços existem na internet? O maior ou menor sucesso deles depende exclusivamente de sua qualidade e genialidade? Estou certo que não. Não basta ser ótimo, tem que ter sorte. Seguindo o caminho oposto, é correto também afirmar que a sorte nunca chega se você não for bom no que oferece.</p> <p><a href="http://lh5.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TQ4_BMCeX8I/AAAAAAAACyc/sq5_U8qL1wo/s1600-h/image%5B13%5D.png"><img style="background-image: none; border-right-width: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto; padding-top: 0px" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh3.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TQ4_B0Q5ZxI/AAAAAAAACyg/PJYy3m5sr0s/image_thumb%5B6%5D.png?imgmax=800" width="503" height="223" /></a></p> <h4>Curiosidades sobre o filme</h4> <p>O filme foi dirigido por ninguém menos que David Fincher, de Seven, Clube da Luta, Jogo da Vida <em>(excelente e pouco conhecido)</em> e Benjamin Button, para citar alguns. Isso já serve de indício de que <em>A Rede Social </em>possui algum mérito.</p> <p>As atuações estão muito boas, convincentes. Todos os protagonistas, especialmente Zuckerberg e Saverin, estão muito bons. Eu achei o Zuckerberg exageradamente parecido com <a href="http://veja.abril.com.br/blog/10-mais/files/2010/08/sheldon-cooper-600.jpg">Sheldon Cooper</a>: Um gênio matemático portador de uma moderada sociopatia, algo que beira o autismo.</p> <p>Os Gêmeos Winklevoss foram interpretados por dois atores que não tem nenhum parentesco, e o rosto de um deles foi digitalmente sobreposto ao outro, para ficarem iguais.*</p> <p>Mark Zuckerberg não queria assistir ao filme inicialmente, mas terminou indo ver com alguns de seus funcionários. Depois ele comentou que, apesar do filme conter algumas imprecisões, eles acertaram nas roupas do seu personagem.*</p> <p>A cena inicial do filme, que mostra a conversa e o fim do namoro de Mark Zuckerberg, precisou de noventa e nove <em>takes</em> para ficar satisfatória.*</p> <p align="right"><font size="1">Visto no <a href="http://www.imdb.com/title/tt1285016/trivia">IMDB</a>*</font></p> <h4><a href="http://lh6.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TQ4_DcJGvrI/AAAAAAAACyk/6HftRS8rDgo/s1600-h/image%5B9%5D.png"><img style="background-image: none; border-right-width: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto; padding-top: 0px" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh4.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TQ4_Erb_K7I/AAAAAAAACyo/up_gZTQP0sE/image_thumb%5B5%5D.png?imgmax=800" width="550" height="312" /></a></h4> <h4>No frigir dos ovos</h4> <p>Antes de ser um filme sobre a criação de um site de sucesso, o filme é – <em>para mim</em> – sobre a criação, o desenvolvimento e a destruição de relações sociais. <strong>O antagonismo existente no fato de uma pessoa tão antissocial ter criado a maior rede social do mundo</strong>, e como isso afetou suas relações sociais.</p> <p>A cena final, dele atualizando constantemente a página do site, à espera da aceitação de uma amizade, é a caricatura que contém a mensagem principal do filme.</p> <p>Nada exuberante ou encantador, mas feito com capricho e precisão. Merece ser visto, mas se não for visto não será nenhum crime.</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-75060197487995483272010-12-16T18:51:00.001-08:002010-12-16T18:51:32.259-08:00Separados por um topete<blockquote> <p><font size="4">Você sabe qual a<font color="#45818e"> diferença</font> entre <a href="http://www.stj.jus.br/web/verCurriculoMinistro?cod_matriculamin=0001104"><u>Ari Pargendler</u></a> e Roberto Justus? O topete.</font></p> </blockquote> <p>Enquanto o genro da garota de Ipanema ostenta uma juba prateada de todo o tamanho, o presidente do Superior Tribunal de Justiça do Brasil cultiva uma brilhante careca. Embora os dois sejam tão diferentes nos assuntos capilares, parecem adotar o mesmo discurso com seus subordinados. <br /></p> <h4>Você está demitido!</h4> <p>É óbvio que o famoso bordão imortalizado por Justus em sua versão tupiniquim do reality show americano <em>‘The apprentice’</em> é a fala de um personagem. O chefe durão, ríspido e intolerante que demite e humilha seus empregados não é mais que uma farsa, uma atuação cuja finalidade é entreter o espectador. Os participantes que ali estão, e se submetem a tal tratamento, o fazem conscientemente e, diga-se de passagem, ganham muito bem para isso. São personagens também. Estão todos atuando.</p> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" title="" alt="Roberto Justus" src="https://lh6.googleusercontent.com/0j08Tw2h5i82xoIvWniMzBFlmi8ca9siLSels5tOFGIFGsJZLNLY_CqiWoWQNUWmLoX5FJtCLRaqt7dMHe6sIVum526p53z0NVOe40YADHo-Mqkynw" width="500" height="164" /></p> <h4> <br /> <br />A vida imita a arte</h4> <p>Por um breve momento, no subsolo do STJ, o presidente daquela côrte foi tomado por um espírito Justiniano que, em vez de lhe dar cabelo, lhe deu um sentimento de ira. Segundo relatos de uma testemunha e da própria vítima, um estagiário negro - escolhido em uma seleção dentre mais de duzentos candidatos, Ari perdeu a compostura ao perceber que, enquanto fazia uma transação bancário no caixa automático, uma pessoa aguardava atrás dele.</p> <p>Sentindo-se invadido em sua privacidade, embora em local público, pôs-se a esbravejar e a gritar como um ‘coronel’ do século XIX, sempre pronto a fazer uso da chibata.<em> “Sai daqui. Vai fazer o que você tem quer fazer em outro lugar”.</em></p> <p>Após ser contestado pelo estagiário, que disse estar aguardando atrás da linha demarcada no chão, deixou a ira transbordar e proferiu a sentença em caráter inquisitório e sumário:<em> “Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido, está fora daqui”.</em></p> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" title="" alt="Ari Pargendler" src="https://lh6.googleusercontent.com/QOppVQWsTuAo7NCp_v2-JTcTJr6zg3ADPPceX_1bALOpVeAOSA26RSFP7AO4Fuqj-GbLtY9SGGOcoHA-OyG5JXM-Ee1yD85KzY1aGS3QP-Hn9gHajg" width="500" height="164" /></p> <h4> <br /> <br />Uma comédia de erros</h4> <p>A situação, lamentável por natureza, torna-se muito mais grave em função das pessoas envolvidas. A agressão partiu de uma das maiores ‘otoridades’ do país e foi contra uma pessoa indefesa, pobre e negra. A cena, antes de ser um fato isolado, é um retrato da sociedade. É a repetição de um cotidiano cruel e sufocante a que as pessoas comuns são submetidas.</p> <p>Lamentável também é a perpetuação dessa situação patrocinada por quem tem o poder de mudar alguma coisa. Me refiro à gerência da agência do Branco do Brasil, onde ocorreram os fatos. Ao ser comunicada para apresentar as imagens do circuito interno de segurança, que serviriam de prova material do que realmente aconteceu, não forneceu as imagens, alegando que houve falha no sistema de vigilância e nada foi gravado.</p> <p>Se o agredido fosse o ‘coroné’, ou Roberto Justus, o sistema também teria falhado? E estaria o estagiário em liberdade à essa hora?</p> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" title="" alt="Marco Paulo dos Santos" src="https://lh3.googleusercontent.com/f2Wi-UhPMVmnRxfG2P8kFhYA0Ml6Iwr03tVIJoGp3C63yJd9DJlJAcrLYzK5QvuncrVTgXKVuvyCLlb_UY_KV0gyUJ-O6MkHci8O5eBtDNPqMd4KWg" width="500" height="164" /></p> <p> </p> <p><strong></strong> </p> <p align="right"><strong>links externos:</strong></p> <p align="right"><a href="http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,vou-vivendo-doutor-ari,649404,0.htm">http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,vou-vivendo-doutor-ari,649404,0.htm</a></p> <p align="right"><a href="http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4847729-EI7896,00-STF+derruba+sigilo+de+processo+de+estagiario+contra+Pargendler.html">http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4847729-EI7896,00-STF+derruba+sigilo+de+processo+de+estagiario+contra+Pargendler.html</a></p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-18014971679086728382010-12-08T17:50:00.001-08:002010-12-08T17:53:15.400-08:00Coincidências do Amor (2010)<p><a href="http://lh5.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TQA1v26d8VI/AAAAAAAACnU/UsRfWMtJwm4/s1600-h/image%5B12%5D.png"><img style="background-image: none; border-right-width: 0px; margin: 0px 32px 25px 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: inline; float: left; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; padding-top: 0px" title="image" border="0" alt="image" align="left" src="http://lh4.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TQA1w1NgCKI/AAAAAAAACnY/7nvUk8eRzL0/image_thumb%5B8%5D.png?imgmax=800" width="134" height="201" /></a>Comédia romântica é um estilo bem limitado de filme, que sofre por causa do seu final que é sempre o mesmo. Além desse problema inerente ao gênero, Coincidências do Amor<em> (The Switch)</em> é um filme abaixo da média, extremamente artificial e nada esforçado.</p> <p>Para ser sincero, o filme é tão fraquinho que estou até com dificuldade de lembrar dele para escrever, e fazem apenas três dias que assisti. Tudo que me lembro é da sensação de tédio ao ver um filme estilo <em>fast-movie®.</em></p> <br /> <blockquote> <p><strong>Fast-movie</strong>® é um termo que usarei doravante* neste blog para classificar os filmes que, se fossem comida, seriam um sanduíche qualquer do Mc Donald’s: Industrializado, feito sem capricho nem esmero, sempre o mesmo gosto de plástico e isopor e que não mata a sua fome, além de prejudicar a saúde se você consumir com frequência.</p> <p><strong>Doravante</strong> é um termo utilizado no meio jurídico, e significa <em>‘de agora em diante’.</em></p> </blockquote> <p>Como todos deveriam saber, e como foi muito bem explicado no filme<em> Lisbela e o Prisioneiro</em>, não é o final que faz uma boa comédia romântica, afinal todas terminam do mesmo jeito. Quando assistimos a um filme desse gênero, já sabemos tudo que vai acontecer. O que nós queremos ver é a <strong>forma</strong> como tudo acontece.</p> <p>Por conta disso, mais importante que o roteiro, são as atuações e a direção, que dão vida à história. E nisso o filme peca.</p> <p><a href="http://lh4.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TQA1ybq2A1I/AAAAAAAACnc/3CbcHNGpeWo/s1600-h/image%5B7%5D.png"><img style="background-image: none; border-right-width: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto; padding-top: 0px" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh6.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TQA10NLhcxI/AAAAAAAACng/dNd3gbeXg7E/image_thumb%5B5%5D.png?imgmax=800" width="550" height="300" /></a></p> <h4>Atuações no modo automático</h4> <p><strong>Jeniffer Aniston</strong> é lindérrima <em>(huum, boiola)</em> e, sim, uma ótima atriz na minha opinião. Sei que minha admiração por ela é parcial, pois ela foi um dos seis personagens principais de Friends, a série de TV que eu mais gostei. Mas ela se saiu muito bem no drama<em> Fora de Rumo</em> em uma atuação totalmente fora do seu universo cômico.</p> <p>Mas ela está muito sem graça nesse filme, e é apenas um rostinho famoso e bonito cujo maior serviço à produção foi emprestar seu nome e não sua atuação.</p> <p>Da mesma forma <strong>Jason Bateman</strong>, que teve seu ápice em <em>Juno</em> (dentre os seus filmes vistos por mim), Mostra a que veio: Um ator ordinário para filmes ordinários.</p> <p>O elenco coadjuvante não teve nem mesmo chance de atuar, de tão herméticos que eram os personagens. Cabe aqui apenas destacar uma sincera tristeza por ver <strong>Juliette Lewis</strong>, outrora brilhante em <em>Cabo do Medo</em> e <em>Assassinos por Natureza</em>, se entregar a algo tão tosco como seu personagem-quase-nulo.</p> <p><a href="http://lh3.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TQA11c1F6aI/AAAAAAAACnk/bt26ea1nwI8/s1600-h/image%5B17%5D.png"><img style="background-image: none; border-right-width: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto; padding-top: 0px" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh6.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TQA12FjlVrI/AAAAAAAACno/XPMhMJIs2Kg/image_thumb%5B11%5D.png?imgmax=800" width="550" height="55" /></a></p> <h4>O que há de bom</h4> <p>O maior mérito do filme foi ter me inspirado a criar a categoria <em>fast-movie®, </em>tornando-se seu primeiro representante. Há também a beleza da sempre <em>Rachel Green,</em> que não me canso de admirar (acho que Brad Pitt fez besteira deixando-a pela Angelina<em> ‘big lips’</em> Jolie.</p> <h4>No frigir dos ovos</h4> <p>É um filme que não vai fazer falta. É preferível ver um bom filme repetido do que esse pela primeira vez.</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-83266409825597538202010-11-30T09:20:00.001-08:002010-11-30T09:26:55.078-08:00Os fantasmas se divertem<blockquote> <p><font size="3">Para Freud, a essência do sonho é a realização de um desejo infantil reprimido. Para Jung, os símbolos podiam expressar um desejo de autocompreensão</font>.</p> </blockquote> <p>Eu tenho alguns sonhos recorrentes. Costumava ter cinco, agora tenho dois. <br />Sonhos recorrentes são aqueles cujos elementos se repetem. Sonhos em que estamos sempre nus, ou sempre caindo, ou sempre fugindo, <strong>sempre em uma situação que nos aflige</strong>.</p> <p>Eu penso que os sonhos recorrentes são uma categoria peculiar de sonho. Para mim, são resultado de conflitos internos não resolvidos, fantasmas que – inutilmente – tentamos esconder, quando deveríamos exorcizá-los definitivamente, por meio da compreensão. Todos temos os nossos fantasmas que, vez ou outra, retornam para no assombrar.</p> <p>Eu acredito que é possível exorcizar definitivamente esses fantasmas e resolver os conflitos internos que nos oprimem. Mas creio que essa tarefa não é fácil e requer <strong>sacrifícios que quase nunca estamos dispostos a cometer</strong>. E dessa forma, em vez de remediar as causas, lidamos com as consequências, e levamos a vida assim, oprimida e sofrida.</p> <blockquote> <p><font size="3">O espelho e os sonhos são coisas semelhantes, são a imagem do homem diante de si próprio. <br /></font><em>José Saramago</em></p> </blockquote> <p>Os fantasmas estão aí, ao nosso redor, pairando sobre nossas vidas como sombras etéreas que, de acordo com o nosso estado de espírito <em>(ou, para melhor dizer, ânimo)</em> se afastam e se escondem ou se aproximam e se divertem com nossa reação horrorizada e impotente diante de algo que, em última análise, é o nosso próprio reflexo.</p> <p><img style="background-image: none; border-bottom: 0px; border-left: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; border-top: 0px; margin-right: auto; border-right: 0px; padding-top: 0px" title="Carl Jung" border="0" alt="Carl Jung" src="http://lh3.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TPUz3bIYsmI/AAAAAAAACiQ/MayOSPj41qU/image%5B28%5D.png?imgmax=800" width="550" height="142" /></p> <h4>três de cinco</h4> <p>Um dos sonhos recorrentes que eu tinha, e que era o mais comum, era que eu estava sempre dentro de um carro, dirigindo em uma rua, em baixa velocidade. E eu nunca conseguia frear o carro e fazê-lo parar. Eu tentava pisar no freio com toda a força, mas minhas pernas não tinham força suficiente para parar o carro. Eu pisava o mais forte que podia, mas não era suficiente, e o carro nunca parava e sempre terminava por bater em algum obstáculo. A sensação de desespero e impotência nesse tipo de sonho era absurdamente real e agoniante.</p> <p>Os outros dois sonhos que eu costumava ter e não tenho mais, são variações do mesmo sonho anterior e, para mim, eram resultado das mesmas causas. Na segunda versão do sonho recorrente, eu sempre tentava ou precisava correr, pois estava em uma corrida ou era perseguido. Contudo, por mais força que eu fizesse, era como se eu corresse em câmera lenta ou dentro de uma piscina com água pela cintura. Nesse sonho eu nunca era pego e nunca terminava de correr. A agonia e a impotência eram infindáveis.</p> <p>Por fim, o terceiro sonho que eu tinha era que eu segurava um revólver e tentava disparar um tiro apertando o gatilho mas, por mais força que fizesse, nunca conseguia efetuar o disparo. Mais uma vez os sentimentos era uma mistura de impotência e agonia.</p> <p>Hoje eu entendo que esses três sonhos tinham as mesmas causas, que era o fato que ter comportamentos e vontades que julgava imorais e, contudo, não conseguia conter o impulso de agir ou pensar. Durante certo tempo da minha vida, eu fui oprimido por uma filosofia que se baseava na culpa. E assim, a maioria das minhas vontades, impulsos e pensamentos eram considerados transgressões, apesar de serem parte incontestável de mim.</p> <p>A partir do momento em que comecei a questionar essa filosofia e, consequentemente, a abandoná-la, esses sonhos nunca mais se repetiram, pois esses conflitos deixaram de existir. Esses fantasmas não encontraram mais abrigo na minha mente e se foram.</p> <h4>Dois que ficam</h4> <blockquote> <p><font size="3">Tudo aquilo que não enfrentamos na vida acaba se tornando o nosso destino. <br /></font><em>Carl Jung</em></p> </blockquote> <p>Ainda restam dois sonhos, cujos espectros me visitam em algumas noites. Esses ainda se divertem às custas da minha inércia e da minha fragilidade. por enquanto.</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-75426956690773322842010-09-18T08:21:00.001-07:002010-09-18T08:21:41.378-07:00O andar do bêbado<p align="center"><a href="http://lh6.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TJTY_8wuyjI/AAAAAAAACOk/Jqrb-37jw_A/s1600-h/image%5B10%5D.png"><img style="border-right-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; vertical-align: middle; border-left-width: 0px" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh6.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TJTZAZW0FuI/AAAAAAAACOo/UZ6u8girhsI/image_thumb%5B4%5D.png?imgmax=800" width="48" height="48" /></a> <strong>Alerta.</strong> Esse post é chato pra cacete e não diz muita coisa.</p> <blockquote> <p>Quais são os fatores que determinam o sucesso ou fracasso na profissão, nos relacionamentos ou qualquer outra área da vida? Quando surge uma idéia genial, será que apenas a genialidade dessa idéia garante o seu sucesso, ou existem outros fatores tão ou mais importantes capazes de traçar o seu destino?</p> </blockquote> <p>Para sorte de uns e azar de outros, o talento ou capacidade inata é apenas um dos ingredientes que compõe o sucesso<em> (seja qual for a sua definição de sucesso).</em> Ao lado desta caminham dois outros fatores determinantes no desenrolar de qualquer situação - seja uma partida de pôquer, sua carreira profissional ou o seu casamento. Esses fatores são a perseverança e a sorte ou, melhor dizendo, o <strong>acaso</strong>. E é sobre este último que eu gostaria de rascunhar algumas maltraçadas palavras.</p> <h4>Pra início de conversa, o que é o acaso? </h4> <p>Imagine que você está andando na calçada e encontre no chão uma nota de cinquenta reais. Nossa, que legal! Você está com sorte. Você está lá na calçada parado, olhando pra cara da onça, todo feliz. Nesse instante um carro desgovernado invade a calçada e passa por cima de você e da nota de cinquenta reais.</p> <p>Os dois eventos acima são exemplos de manifestação do acaso. O acaso é qualquer evento que ocorre sem uma causa ou explicação aparente, ou que fogem à nossa previsão. <br />Isso não significa que tais acontecimentos não possuam uma causa. É certo que possuem, mas são tantas e tão complexas que não podemos calcular nem prever a sua ocorrência. Quando jogamos um dado, o resultado depende de inúmeros fatores: a posição inicial, a velocidade, a altura, a aceleração, o peso do dado, o material do dado e da superfície sobre o qual é atirado, o coeficiente de atrito, entre muitos outros que são desconhecidos.</p> <p>Então, num gesto de resignação, atribuímos à sorte, ao azar, ao acaso e até mesmo a Deus ou à posição das estrelas a ocorrência de fatos sobre os quais não possuímos nenhum conhecimento prévio.</p> <h4>Deus não joga dados</h4> <p>Se existisse uma pessoa ou uma máquina que conhecesse todos os fatores envolvidos em um lançamento de dados e tivesse controle sobre esses fatores, então o resultado poderia ser calculado e alcançado de acordo com a vontade dessa pessoa e, nesse momento, o acaso deixaria de existir nesse lançamento de dado.</p> <p>Einstein disse uma vez que “Deus não joga dados”. <br />Deixando de lado a discussão sobre a fé de Einstein ou sobre a existência de Deus, é possível admitir que o acaso, de fato, não existe, e é somente uma ilusão que criamos como consequência da nossa incompreensão ou ignorância acerca de todos fatores que compõem um evento qualquer.</p> <p><img style="border-right-width: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh6.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TJTZBGg5SVI/AAAAAAAACOs/u9qK_7-F5ZU/image%5B6%5D.png?imgmax=800" width="492" height="315" /> </p> <p>Tudo o que acontece no universo, dos nossos sonhos até os buracos negros, dos movimentos das marés à banda restart, tudo tem uma causa. Porém, as causas conhecidas desses acontecimentos são uma parcela ínfima de todas as causas existentes, nós enxergamos apenas a ponta do iceberg, e todo o restante que fica submerso no desconhecido, inacessível ao nosso conhecimento, chamamos de acaso (ou vontade de Deus).</p> <h4>Ignorância e prepotência</h4> <p>Não obstante as fatos da vida terem causas em sua maioria desconhecidas, nós temos a tendência quase irresistível de nos apegarmos com vigor somente àquilo que conhecemos e desprezarmos o fato de que existe algo além de nossa compreensão. Assim, nós interpretamos o mundo em nossa volta por meio de uma base insuficiente de informações e, consequentemente, chegamos a conclusões equivocadas.</p> <p>Indo além, é fácil resistirmos à idéia de que muitas coisas ocorrem à revelia do nosso conhecimento pois, por uma característica da natureza humana, precisamos nos sentir sempre no controle de tudo ao nosso redor. Nós queremos ter explicação para tudo (isso é bom) e achamos que tudo se explica com base no que já conhecemos (isso é ruim).</p> <p>Assim, negamos a importância do acaso nas nossas vidas. Afinal, quem fica confortável sabendo que o seu emprego, a pessoa com quem é casada há tantos anos, a roupa que está vestindo e até o que almoçou hoje depende tão pouco da sua vontade?</p> <h4>No frigir dos ovos</h4> <p>O acaso está mais presente em nossas vidas do que podemos perceber e bem mais do que gostaríamos que estivesse. Afinal, é fácil se sentir desconfortável com a idéia de que não temos tanto controle assim das nossas próprias vidas. Mas, a despeito do que achamos ou gostaríamos, o acaso está aí agindo como um verdadeiro deus da probabilidade direcionando nossos passos.</p> <p align="right"><strong><em>Esse post leva o título do livro homônimo, de L.Mlodinow, que trata do assunto com muito mais propriedade e profundidade.</em></strong></p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-46575813501588524152010-07-26T16:25:00.001-07:002010-07-26T16:25:28.090-07:00Diário de um Banana (2010)<blockquote> <p>Não é fácil ser criança. Não é nada fácil estar naquela fase entre a infância e a adolescência, na qual somos forçados a escolher constantemente entre crescer ou permanecer na inocência. Pena que o filme é uma merda e não mostra isso direito.</p> </blockquote> <p><em>Diary of a Wimpy Kid</em> é um filme baseado em um romance em quadrinhos de mesmo nome, e de muito sucesso nos Estados Unidos. Trata-se da história de um moleque lá pelos seus dez, onze anos, um pouco precoce, que tem dificuldades em se adaptar à sua entrada na pré-adolescência. Blá, blá blá…</p> <h4>Vamos aos fatos</h4> <p>Filminho chato pra cacete, raso no conteúdo, fraco nas interpretações, abusa de lugares comuns e soluções pra lá de fáceis. É um filme para crianças, mas daqueles que um adulto não consegue assistir. Só para fazer uma comparação (pra não dizer uma surra) a série de TV <em>Everybody Hates Chris</em>, que aborda o mesmo tema, dá de mil a zero no filme. </p> <p>O protagonista da estória, o tal do Greg Heffley, é – com o perdão da sinceridade – um baita de um manézinho. O moleque só faz merda o filme todo, e é egoísta e sacana ao extremo. E o pior é as atitudes idiotas dele não são nada justificáveis. Ele não conseguiu criar nenhum vínculo convincente e muito menos despertar a menor empatia de minha parte. Aí só restou torcer o nariz e assistir o filme com um certo desgosto.</p> <p><img style="border-right-width: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto" border="0" src="http://sumthinblue.com/wp-content/uploads/2009/10/wimpy_kid_wallpaper_1024.jpg" width="550" height="414" /></p> <h4>Um filme sem supressas</h4> <p>O pior defeito do filme é não conseguir surpreender o expectador em momento algum. Tudo o que acontece é previsível demais, fácil demais. Exemplos<em> (nem vou me dar ao trabalho de evitar uns spoliers, na verdade é um favor que te faço)</em>: Quando Greg se tranca no quarto para fugir do seu irmão mais velho, que fica esperando na porta, é óbvia a piadinha infame do sapato vazio. quando Greg vai fazer a audição para o musical da escola, e todos começam a cantar muito mal, é óbvio que ele iria de destacar e cantar bem. E por aí vai…</p> <p>O elenco de suporte é fraco, muito fraco. Não tem nenhum personagem que não seja extremamente caricato, e as piadas e <em>gags</em> são de doer os ovos. A tal história do <em>cheese touch</em>, e seu desfecho, é a coisa mais imbecil, e chega a dar raiva de ver.</p> <h4>No frigir dos ovos</h4> <p>Não assista esse filme, se você já passou dos 10 anos. Zoo-wee-mamma!</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-21615880594776886322010-06-26T16:07:00.001-07:002010-06-26T19:57:38.633-07:00Fiquem com Deus<p>Sábado, 26 de Junho de 2010. Enquanto escrevo essas maltraçadas linhas no meu notebook, em cima da cama no meu humilde lar em Taguatinga, ocorre na Praça em frente um culto em homenagem à Maria, que se resume em várias velhas lunáticas gritando e um homem falando muito alto no microfone, com o intuito de atingir pelo volume aqueles que não estão interessados nas merdas que a religião prega.</p> <blockquote> <p>Fulana de Tal, rogai por nós, Fulana de Tal, rogai por nós, Fulana de Tal, rogai por nós. Esse é o mantra dos <em>Aqui-tem-um-bando-de-loucos-por-ti-Maria. </em>Maria, Jesus, Deus, Gadu, Shiva, Alah. Todas essas divindades criadas pelo homem servem apenas a um intuito: Nos fazer trazer uma esmagadora sensação de culpa</p> </blockquote> <p>Pare e pense. Qual é a mensagem principal da religião? Que você é um merda. Você é um pecador miserável, um bosta, e por sua causa um cara morreu, antes mesmo de você nascer. Viu como você é ruim? A Religião só serve pra isso, nos deixar com um irremediável complexo de culpa.<img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" title="E disse Jesus: Chupa que é de uva." alt="E disse Jesus: Chupa que é de uva." src="http://mznnews.files.wordpress.com/2009/06/mzn-padre-vitral.jpg" /></p> <p>A religião é responsável por todas as maiores merdas que já ocorreram na história da humanidade. Cruzadas, Inquisição, Guerras, Terrorismo, Massacres e muito, muito ódio no coração das ovelhinhas.</p> <p>Enquanto as pessoas na praça estão cantando suas canções que dizem o quanto são ruins, malvados e necessitados da ajuda de um cara que ninguém nunca viu, eu me lembro de uma outra canção, de John Lennon:<em> Imagine que não exista nenhum paraíso, é fácil se você tentar, Nenhum inferno abaixo de nós, Sobre nós só céu. Imagine todas as pessoas Vivendo para hoje.</em></p> <p>Fiquem com Deus.</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-50311485282221892972010-06-22T05:37:00.001-07:002010-06-22T18:04:07.149-07:00Unthinkable (2010)<div>Existem filmes que contam bem histórias ruins, existem filmes que contam mal boas histórias, existem filmes que contam bem boas histórias e, ainda, existem aqueles filmes que vão além, em vez de contar meras histórias, passam mensagens e nos fazem pensar. Unthinkable é um desses filmes. Em vez de nos prender pela curiosidade ou emoção, o filme nos prende pela consciência. <br /> <br /> <div>Não é um filme fácil de assistir, e estou certo de que a grande maioria não vai apreciar, por causa de toda a sua violência. É um filme que incomoda, embora o que incomode não sejam as sessões de tortura e sim o dilema vivido pelos personagens, em especial a Agente do FBI vivida por Carrie-Anne Moss - <i>a eterna Trinity de Matrix</i> - dilema que ultrapassa a tela e vem bater direto na nossa cara.</div> <br /> <div>Unthinkable mostra o estado de alerta que acomete os Estados Unidos desde o incidente de onze de setembro. Mostra toda a fragilidade do país apesar dos inúmeros esforços para se manter livre de novas ameaças estrangeiras. Mas o filme não para por aí, e mostra que depois de tanta guerra, tanta ideologia, não existe mais certo ou errado, mocinhos ou bandidos, aliados ou terroristas. Todos são culpados e todos estão errados. Tudo é justificável mas nada se justifica. <br /> <br /></div> <div style="text-align: center" id="vydg"> <div style="text-align: center" id="creb"><img style="width: 550px; height: 430px" src="http://docs.google.com/File?id=dhtrpbgf_72jwr9fphp_b" /></div> <div style="text-align: center"> </div> </div> </div> <h4>Terrorismo e Tortura</h4> <div>O filme mostra duas das piores manifestações da covardia do ser humano, a tortura e o terrorismo. Atos cruéis praticados contra pessoas indefesas. E ao mesmo tempo, uma questão é levantada: Há justificativa para tais atitudes? Existem situações onde tais atos são a coisa certa a se fazer? Confesso que eu não me apresso em dar uma resposta a essas questões. O ideal seria que essas questões não existissem, mas o homem é capaz de coisas terríveis. <br /> <br />Não deve haver sofrimento maior do que ficar preso, indefeso, nas mãos de um torturador e sofrer as piores aflições físicas que a mente humana consegue imaginar. Definitivamente a tortura não deveria existir. Mas, e se o torturado for um terrorista? Nesse caso pode? Imagine que um maluco escondeu uma bomba em algum lugar e, se explodir, matará milhares de pessoas. Seria válido torturar esse excomungado para forçá-lo a revelar o paradeiro da bomba? E se mesmo sob tortura ele se negasse a falar, qual a solução? Há algo ainda pior e mais efetivo? Deve haver, mas é algo impensável <i>(Unthinkable, captou?)</i>.</div> <h4>O que há de bom</h4> <div>É um filme ousado, que trata de temas delicados e atuais. A produção é competente, embora não seja nada excepcional. Samuel L. Jackson está muito bem em seu papel. O filme tem a capacidade de prender a nossa atenção e nos deixar angustiados, o que é melhor que permanecer indiferente. Além disso, o final conta com uma pequena surpresa que dá um último gás, um <i>sprint</i>, e encerra a história de forma competente.</div> <h4>O que há de ruim</h4> <div>Para quem não estiver preparado, o filme pode ser visto como imoral, excessivamente violento e subversivo. Além disso, o filme é excessivamente <i>americanizado </i>e não abrange de forma consistente os dois lados em conflito, o que poderia causar um dilema ainda maior para o expectador - considerando que a intenção do filme seja nos fazer refletir.</div> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-14064804319159970862010-06-06T11:25:00.001-07:002010-06-23T12:02:16.619-07:00Robin Hood (2010)<p>A lenda de Robin Hood é bastante conhecida e já serviu para dar fôlego a inúmeros personagens dos mais diversos livros e filmes. Trata-se do fora-da-lei que rouba dos ricos para dar aos pobres. A história do herói se passa na Inglaterra do século XIII que se encontra órfã do ei Ricardo coração de Leão, um cara muito doido que abandona o país para se meter lá na Palestina e Jerusalém a fim de converter<em> (entenda-se matar e saquear)</em> os muçulmanos infiéis.</p> <p>Com a ausência do rei, seu irmão mais novo usurpa o trono e começa a aprontar as mais loucas picardias, como aumentar os impostos e maltratar a população, queimando vilas e destruindo castelos e propriedades de quem não paga direitinho. Nesse cenário se levanta Robin de Loxley <em>aka</em> Robin Hood<em> (apelido dado por causa do chapeuzinho com uma pena que o rapaz usava)</em> que, juntamente com seus comparsas, passa a saquear as carruagens reais que ousam atravessar a floresta de Sherwood. Robin Hood é famoso por sua extrema habilidade com o arco-e-flecha, algo semelhante a Légolas de Senhor dos Anéis.</p> <h4>Robin Hood Begins</h4> <p>O que há de diferente e interessante nesse novo filme - <em>mais uma dobradinha Ridley Scott/Russel Crowe, a dupla famosa de O Gladiador</em> -  é que a trama conta a história de Robin <strong>antes </strong>de virar Robin Hood. O filme conta como tudo aconteceu. Portanto, não é a mesma história do Robin hood encenado por Kevin Costner, por exemplo.</p> <p><img style="border-right-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh3.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TAvoE0cQYkI/AAAAAAAACMU/nQ6QNja6EMs/image%5B6%5D.png?imgmax=800" width="550" height="411" /></p> <p>Além disso, o roteirista teve a liberdade de alterar alguns fatos da lenda original. A principal alteração diz respeito ao próprio Robin, que no filme não é Robin de Loxley o nobre cavaleiro, mas sim Robin Longstride, outra pessoa. Achei interessante a história criada para transformar Robin Longstride em Robin de Loxley, assumindo sua identidade. Isso serviu para conferir mais profundidade ao personagem.</p> <h4>O que há de ruim</h4> <p>O principal defeito do filme certamente é a sua duração. São duas horas e meia de projeção, que testam a paciência de qualquer cristão (ou mulçumano). Não tenho dúvida de que há diversas cenas desnecessárias ou demasiadamente compridas, que poderiam ser encurtadas e até mesmo eliminadas, para favorecer a fluência da história. Por causa disso, o filme se torna um pouco cansativo e monótono, o que faz diminuir seu impacto sobre o expectador.</p> <h4>O que há de bom</h4> <p>Além da boa idéia de ser um filme que pretende contar a gênese de Robin Hood, a produção é muito bem feita, com atuações interessantes dos protagonistas Crowe e Kate Blanchet, que faz o papel de <em>Maid</em> Marion, no caso viúva em vez de <em>maid</em>. Contudo, os personagens coadjuvantes são quase todos rasos e caricatos, como João Pequeno e o próprio rei João, que mais parece um idiota. Contudo o Frei gordinho do hidromel e o Sir Walter de Loxley estão muito bons e suportam satisfatoriamente o enredo.</p> <h4>No frigir dos ovos</h4> <p>É um filme que até vale a pena ver, embora não esteja à altura da filmografia de Ridley Scott, que fez o totalmente excelente Rede de Mentiras em 2008, e do próprio Russel Crowe, o eterno gladiador. Cumpre bem o papel de contar uma história, nada mais.</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-31869351295096426762010-06-05T20:41:00.001-07:002010-06-05T20:41:46.126-07:00Solomon Kane (2010)<blockquote> <p>Eu não esperaria muito de um filme cujo personagem principal foi descaradamente copiado de Van Helsing, que já é péssimo, mas Solomon Kane surpreende. É realmente uma porcaria. O filme consegue ser medíocre nos três requisitos: Roteiro, direção e atuação.</p> </blockquote> <p>O argumento do filme é aquele bla bla bla que já vimos milhares de vezes no cinema, a famosa jornada do herói que, em si, não tem nada de ruim é bem explorada em diversos filmes, de Matrix a  Coração Valente. Só que uma história tão batida quanto a do cara que não é nada e derrepente descobre que é a salvação do mundo precisa ter sempre alguma coisa nova a mostrar, e Solomon Kane não tem. Durante toda a trama somos obrigados a acompanhar o <strike>Almir Sater</strike> Solomon lutando contra umas espécies de zumbis, que são uma mistura dos guerreiros de Mordor com os vampiros de Eu sou a Lenda.</p> <p><img alt="[poster.jpg]" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJNYUUyvuGqs5e7i6lcFnkQqW8YihFQlHiZSRULhu57IUFyftt_fZyCXo2rnweVEix77Yq25ZoU_z8XenNpsDbg0fN-6HakzdRO37WALu-vmY8yRhv8PKFUy_rpB4puqFRecIvOv4k9Zc/s1600/poster.jpg" width="550" height="731" /></p> <p>Não dá pra se sentir cúmplice do protagonista em nenhum momento, mesmo porque a história não segue um ritmo cadenciado, ao contrário, as situações ocorrem de uma maneira nada natural e extremamente artificial. Tudo muito fácil, tudo muito superficial, tudo muito raso.</p> <h4>Solomon quem?</h4> <p>As atuações são todas um desastre. Não tem uma que salva. Mas o pior de todos é sem duvida o James Purefoy, que faz o Salomão. O cara chega a ser ridículo, de tão ruim. Não sei de onde tiraram esse ator, mas ele está à altura da produção.</p> <h4>O que há de bom</h4> <p>O monstro da última cena, embora ninguém saiba de onde veio nem porque estava lá lutando com Salomão, é muito bem feito, apesar de lembrar muito o orc debilóide do Senhor dos Anéis. Vale pela qualidade da computação gráfica.</p> <h4>O que há de ruim</h4> <p>Tudo. então, para ser justo, vou dizer o que há de muito ruim. Trata-se da cena na igreja que tem um padre maluco que cuida de um bando de zumbis no porão da igreja. É ridículo. Tosco. Mal concebido, mal produzido, mal dirigido, mal atuado. É uma piada de mau gosto</p> <p>Bem, em poucas palavras, não perca seu tempo com isso, a menos que não faça nenhuma questão de coerência ou um pouquinho que seja de coesão. Se uma sucessão de cenas com lutas clichê e efeitos visuais <em>commodities</em> te satisfazem, <em>be my guest</em>.</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-47245464578867145712010-05-30T11:03:00.001-07:002010-05-30T11:03:50.439-07:00The Wolfman (2010)<p>Parece que as idéias originais abandonaram Hollywood, que já há algum tempo vive de requentar as histórias antigas. Isso não é necessariamente ruim, visto que muitos bons filmes antigos poderiam ganhar novo fôlego com as novas técnicas de efeitos visuais e o avanço da fotografia no cinema. Porém, por algum motivo não muito claro, parece que há uma maldição assombrando os remakes que, frequentemente, desapontam e não atendem às expectativas.</p> <p><img style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; display: inline; border-top: 0px; border-right: 0px" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh4.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/TAKohR5g2sI/AAAAAAAACMA/Y_3HabHwhoU/image%5B5%5D.png?imgmax=800" width="550" height="221" /> </p> <p>É o caso de The Wolfman, que pretendia ser o resgate da lenda clássica do lobisomem, para fazer frente às inúmeras releituras e mudanças que sofreu no cinema ao longo das décadas, tornando-se um personagem superficial e caricato como em Van Helsing e Crepúsculo, por exemplo. É uma iniciativa louvável, visto a violência que o pobre lobisomem sofreu durante todos esses anos – até jogador de basquete juvenil ele já foi no cinema. Porém, a superficialidade do roteiro, as atuações negligentes e a falta de criatividade generalizada tornaram essa produção em um filme “mais do mesmo” e que certamente será esquecido tão logo acabe a exibição.</p> <h4>Atuações</h4> <p>Apesar de contar com atores muito bons, nenhum deles consegue convencer e passar a profundidade que foi concebida pelo diretor. Temos um Antony Hopkins nada esforçado, simplesmente recitando as falas sem nenhuma interpretação ao lado do Benício del Toro fazendo sua cara habitual de quem acabou de acordar e está de mau humor. A pior atuação coube a Emily Blunt que fracassa na tentativa de bancar a heroína romântica, embora eu nem a culpe por isso, visto que suas aparições no filme são gratuitas e desconexas. Mas há um certo mal-estar em presenciar o amor forçado que surge entre ela e del Toro. A impressão que tive ao assistir o filme, é que as atuações estavam ali apenas para ocupar o tempo entre as aparições do lobisomem.</p> <h4>O que há de ruim</h4> <p>O filme peca em se firmar excessivamente sobre os efeitos visuais, que hoje são <em>commodities</em> e não representam mais vantagem nenhuma. Apesar da transformação ser muito bem feita, não possui o efeito “uau” necessário para se tornar um elemento que mereça destaque. O diretor abusa dos sustos desnecessários e previsíveis, numa tentativa irritante de manter o espectador em alerta. Porém, o que achei pior no filme foi a participação especial do Smeagol do Senhor dos Anéis. Totalmente copiado e, o pior, desnecessário.</p> <h4>O que há de bom</h4> <p>Apesar de todas os problemas, o filme merece crédito por ser uma tentativa de se manter fiel à lenda do lobisomem. Acho que é só isso.</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-26465308881209519502010-04-07T17:13:00.001-07:002010-04-07T17:24:06.887-07:00Desagravo à preguiça<p><img style="border-right-width: 0px; margin: 0px auto; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px" border="0" src="http://desaventurasnamorosas.files.wordpress.com/2009/04/preguica.jpg" /></p> <p>Se tem um tipo de gente que eu admiro, é o preguiçoso.</p> <p>A preguiça é uma das maiores qualidades que uma pessoa pode ter. Ser preguiçoso é estar ciente da sua impotência diante da ordem instaurada e não se importar. É dar de ombros. É dizer foda-se.</p> <p>Ter preguiça é, antes de tudo, tomar uma atitude. O preguiçoso não se aflige, não sofre pelo que não conquistou e não sonha em acumular "riquezas", assim, entre aspas. Afinal, conquistar e acumular dá muito trabalho. E para quê mesmo? Para ter uma boa vida? Mas tem vida melhor que a do preguiçoso?</p> <p>A preguiça é a característica humana mais injustiçada. É a virtude tomada por vileza. É considerada até um pecado capital <em>(e aqui abro um parênteses para dizer que só pelo fato de ser considerada pecado, já ganha pontos comigo).</em> Ninguém em sã consciência admite ser preguiçoso. Ninguém põe no currículo que adora acordar tarde ou que procrastina habitualmente. Todos se orgulham em dizer como trabalham duro durante dez, onze, doze horas por dia. Se orgulham de não ter um único minuto livre durante seus dias. É academia, é inglês, é cursinho, é o trabalho, são os filhos, são as compras, é o diabo a quatro. Sentem-se santos como aquele cara de Belém (não estou falando do Chimbinha) quando fazem cara de esgotados e murmuram, derrotados, que não têm tempo para nada.</p> <p>Foda-se o trabalho, foda-se a ocupação. Foda-se o pseudo-sucesso pasteurizado que é empurrado por nossas goelas abaixo. Sucesso é não ter que se preocupar. Sucesso é não viver ansioso. Sucesso é entender por que o trabalho é tão valorizado e dizer:<em> foda-se, não quero isso</em>. Eu quero é sombra, agua fresca e uma boa conexão de internet.</p> <p>Bem, em suma é isso. Tem muito mais coisas que eu poderia escrever, mas tô com preguiça.</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-52384832082469497742010-02-01T17:14:00.001-08:002010-02-01T17:14:58.867-08:00Sartre, Lincoln e o BBB 10<blockquote> <p>Vou te falar uma coisa. Big Brother Brasil é muito bom. Babacas Brigando e fazendo Barraco por qualquer Bobagem. O BBB é a comprovação <em>in vitro</em> da afirmação de Sartre: <em>“<strong>O inferno são os outros</strong>”</em>.</p> </blockquote> <p>Eu sempre desprezei esse programa por achar que se tratava de um despropósito absoluto, uma manifestação perfeita da falta de conteúdo do entretenimento televisivo. Eu estava enganado. Por increça que parível o BBB tem conteúdo. O conteúdo do programa é a falta de conteúdo das pessoas.</p> <p>Por conteúdo, podemos entender os valores morais e éticos, os conceitos e preconceitos e principalmente a educação e boas maneiras das pessoas. Alí fica tudo exposto, como numa jaula sob a obseravação constante de dezenas de câmeras e milhões de espectadores. Não dá pra fingir. Não o tempo todo. Alí cedo ou tarde todos os participantes se mostram como são, em suas qualidades e virtudes.</p> <blockquote> <p>Como disse Abraão (lincoln, não o bíblia) <em>“Alguém pode enganar poucos por muito tempo, muitos por pouco tempo, mas não todos por todo o tempo". </em></p> </blockquote> <p>E sob esses aspectos sociais, antropológicos e até psicológicos, o programa é um prato cheio para quem gosta de observar o comportamento humano. É uma oportunidade singular de estudar <em>(e julgar também, claro. Nada mais gostoso que vibrar com a indicação de Tessália para o paredão)</em> o desenvolvimento dos relacionamentos. É a novela da vida real.</p> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" src="http://correio24horas.globo.com/recursos/BancoImagens/%7B3AD37B4F-07A6-4F55-8DDE-8AE02EFE762F%7D_elenita.jpg" /></p> <p>Essa aí de cima vai rodar rapidinho. Mala demais (mais chata que eu, até).</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-1615986845060299462010-01-23T05:56:00.001-08:002010-01-23T06:42:42.550-08:00A invenção da Mentira (2009)<blockquote> <p>Esse é O filme de 2009. E se bobear, da década. Em um ano que não será lembrado pela qualidade dos seus filmes, felizmente surgiu um para salvar a safra de ser um fracasso total.</p> </blockquote> <p>Quando eu vi o título do filme pela primeira vez<em> (The invention of lying – até que enfim uma tradução literal)</em> fiquei bastante curioso pois achei muito interessante, e fui logo pesquisar no <a title="Imbd - A Invenção da Mentira" href="http://www.imdb.com/title/tt1058017/" target="_blank">Imbd</a> qual era a sua pontuação. O rating que o filme recebe lá sempre foi um bom indicador para mim, e todos que receberam de sete pontos em diante são considerados bons filmes por mim. Porém esse estava avaliado com a nota 6,6.</p> <p>O filme me supreendeu logo na cena inicial, com uma locução em off <em>(a voz de um narrador falando com o espectador)</em> explicando que o filme se passa numa realidade onde a mentira não existe. No filme, as pessoas sempre falam o teor verdadeiro do que estão pensando. Simplesmente genial. Genialmente simples. </p> <p><img style="border-right-width: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto" title="poster" border="0" alt="poster" src="http://lh5.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/S1sACq0DD7I/AAAAAAAAB9k/_fU8n1G7KGs/poster%5B6%5D.jpg?imgmax=800" width="450" height="338" /> </p> <p>Com base nessa idéia, os diálogos que se desenvolvem durante o filme são de uma graça cruel. Nós vemos claramente como a mentira  -  em seus diversos níveis – está presente em praticamente todas as interações entre os indivíduos e funciona como uma espécie de argamassa e até lubrificante social.</p> <p></p> <h4>Diálogos</h4> <p></p> <p>Tente imaginar uma conversa com duas pessoas falando exatamente o que pensam, sem rodeio e sem mentira. Um desastre? Certamente, pelos nossos padrões.</p> <p>- E aí, vamos sair para almoçar juntos? <br />- Não, obrigado. Você é chato demais, e quando come faz um barulho nojento com a boca que me deixa com vontade de vomitar. <br />- Ah, sim. Tudo bem então.</p> <p>O filme inteiro é feito de diálogos parecidos com esse acima. O interessante é que as pessoas estão tão acostumadas em ouvir a verdade que não se ofendem, e aceitam naturalmente.</p> <p><img style="border-right-width: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh6.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/S1sAD-Xb29I/AAAAAAAAB9o/ipUMz53rL9c/image%5B7%5D.png?imgmax=800" width="550" height="204" /> </p> <h4>Lecture Filmes</h4> <p>A mentira está diretamente associada à criatividade, à capacidade de abstrair um pensamento e inventar uma situação imaginária. Embora o filme diga que as pessoas não desenvolveram a habilidade de mentir, vemos em algumas situações que o que realmente ocorre é que as pessoas não tem a capacidade de inventar, de abstrair. A incapacidade de mentir é apenas uma consequencia dessa limitação. O que serve apenas para deixar a história mais consistente.</p> <p>Um exemplo disso, são os quadros pendurados nas paredes em diversos locais durante o filme. Todos eles retratam simples objetos comuns: Uma bola de futebol, um alvo de dardos. A principio não entendi qual seria o motivo desses quadros, mas depois depensar um pouco cheguei à essa conclusão sobre a falta de imaginação. Os quadros são simples representações de objetos porque as pessoas no filme são incapazes de imaginar um cena e transformá-la em pintura.</p> <p>Outra evidência disso é a empresa em que o Mark, o protagonista, trabalha, a Lecture Films. Essa empresa é uma produtora de filmes, porém os filmes que ela faz não tem absolutamente nada a ver com os filmes de verdade. A começar pelos roteiros: Todos os roteiros são simples descrições de fatos históricos, exatamente da forma que ocorreram. Óbvio, uma vez que ninguém é capaz de inventar uma história. E os filmes não tem cenas ou nenhum tipo de representação - consistem em uma pessoa sentada numa cadeira lendo o roteiro.</p> <p><img style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; border-top: 0px; margin-right: auto; border-right: 0px" border="0" src="http://drnorth.files.wordpress.com/2009/10/lecture-films.jpg" width="550" height="260" /></p> <p>Em um primeiro momento essas situações confundem um pouco o espectador, que não entende direito o motivo, justamente por não associar a mentira com a imaginação ou criatividade. Porém, quando nos damos conta disso, a sensação que estamos diante de um filme fantástico com uma história simples porém genial. </p> <h4>A invenção da mentira</h4> <p>O pivô do filme ocorre justamente quando Mark consegue contar a primeira mentira da humanidade ou,como ele mesmo descreve, <em>falar algo que não é.</em></p> <p>A partir desse momento ele se torna o homem mais poderoso do mundo pois, sendo o único que consegue mentir, pode inventar qualquer coisa que todos acreditam nele, uma vez que tudo o que todos falam é tipo como uma invariável expressão da realidade.</p> <p>E como era de se esperar, em determinado momento ele inventa a maior mentira de todas, que muda o destino da humanidade radicalmente. Mentira essa que não vou contar aqui para não estragar o prazer de assistir o filme.</p> <p><img style="border-right-width: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto" title="" border="0" alt="" src="http://lh3.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/S1sAFSAyLuI/AAAAAAAAB9s/jq5gzUElMhw/image%5B14%5D.png?imgmax=800" width="550" height="300" /></p> <h4>No frigir dos ovos</h4> <p>A invenção da mentira é um dos melhores fimes que já assisti, por conta do seu argumento e da forma competente como é desenvolvido. É claro que tem algumas falhas, principalmente porque refazer o mundo sem a existência da criatividade não é uma tarefa fácil.</p> <p>Paralelamente à trama principal (principal para mim, pelo menos) ocorre o romance entre Mark e Anna (ninguém menos que Jennifer Garner), que no começo do filme parece fadado ao fracasso, já que Anna despreza o genotipo de Mark – Baixinho e com nariz de tobogã. Mas quando Mark desenvolve a capacidade de inventar/mentir a situação se inverte. </p> <p>Porém, movido por um senso de correção, Mark não consegue usar seu poder para fazer Anna ficar com ele. E é nesse ponto que o filmecomete seu maior deslize,na minha opinião. Apesar de Mark tomar vantagem em todos os aspectos sociais por conta do seu poder, ele abre mão de usá-lo justamente naquilo que mais deseja. Esse moralismo certamente esfria um pouco o filme, e o deixa com cara de comédia romântica, mas felizmente não compromete a história a ponto de estragá-la.</p> Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-71138602436813943542009-11-28T15:54:00.001-08:002009-11-28T16:18:56.108-08:00Gamer (2009)<blockquote> <p>Acabei de assistir o filme Gamer, com Gerard Butler, e estou pensando qual seria a melhor forma de descrevê-lo. Acho que “<em>Perda de tempo</em>” sintetiza satisfatoriamente a minha opinião.</p> </blockquote> <p>O história é sobre um futuro próximo no qual as pessoas se divertem em jogos online no melhor estilo Second Life <em>(que descanse em paz)</em> com suas raves e personagens de aparência exdrúxula – os chamados <em>avatares</em>, ou  em simulações de combate armado como o Counter-Strike. Porém, com uma singela diferença: Os personagens dos jogos são pessoas de verdade controladas por outras pessoas. Em vez de realidade virtual, realidade real.</p> <p><img style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; border-top: 0px; margin-right: auto; border-right: 0px" title="Run madafaca" border="0" alt="Run madafaca" src="http://lh3.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/SxG4E0kWIHI/AAAAAAAAB54/D1pZUgYNw8Q/image%5B13%5D.png?imgmax=800" width="550" height="229" /> </p> <p>Só um argumento idiota como esse já seria suficiente para que qualquer filme seja uma porcaria, mas o roteiro conseguiu o que parecia improvável – Piorar ainda mais a história e transformar o filme em uma <em>bela</em> porcaria. Por exemplo, os combatentes de <em>Slayers</em> <em>(Esse é o nome do jogo de combate armado)</em> que morrem às dezenas ao longo das fases do jogo são criminosos condenados à morte, recrutados para participarem em troca da promessa de liberdade caso consigam sobreviver. Extremamente original, não?</p> <p>Essa justificativa foi utilizada muito antes, e de forma muito melhor, no excelente <em>Running Man</em> estrelado por <a href="http://www.impawards.com/1987/posters/running_man_ver3.jpg">Suasnêga</a>. Inclusive todo aquele lance do protagonista ser inocente e a confissão do cara malvado ser transmitida ao vivo para todo mundo ver, <strike>foi copiado do mesmo jeito</strike> serviu de inspiração para <em>Gamer</em>.</p> <p>Para não dizer que tudo no filme é uma merda completa, a música <em>Sweet Dreams</em> do Eurythmics é executada de forma maestral, principalmente com a identificação de sua letra com a trama. Também é sempre válida, embora batida e clichezenta, a crítica que se faz sobre o problema da imersão total no mundo virtual, que parece ser uma realidade cada vez mais próxima e impositiva. Por trás dos personagens magros, saudáveis e bonitos dos jogos, estavam o seus controladores, jogadores obesos mórbidos incapazes de se locomover sem o auxílio de uma cadeira de rodas<em> (tirando o moleque que controlava o Kable, personagem do Butler, esse era um moleque magrinho e de olhos azuis).</em></p> <p><em><img style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; border-top: 0px; margin-right: auto; border-right: 0px" title="Personagens reais dos jogos online do filme" border="0" alt="Personagens reais dos jogos online do filme" src="http://lh5.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/SxG4G9J0xHI/AAAAAAAAB58/b0SB10RNT0Q/image%5B6%5D.png?imgmax=800" width="550" height="366" /></em></p> <p>Também houve uma crítica à mídia atual e a forma como transforma a miséria humana em espetáculo, sendo que, como se não bastassem as mazelas que existem naturalmente, em nome do Show se criam situações de ainda mais sofrimento e miséria, ao passo que quanto mais contato temos com toda essa realidade violenta e fria, mais insensíveis e distantes ficamos e, consequentemente, menos humanos. Mas isso o filme não teve interesse em aproveitar.</p> <p>No frigir dos ovos, é um filme que, embora razoavelmente produzido, não tem como ser mais do que aparece na tela: Tiros e sangue pra todos os lados com uma justificativa duvidosa. </p> <blockquote> <p>Ah, antes de ir embora, cabe comentar a cena perto do final do filme em que o cara malvado começa a dançar e cantar <em>I’ve got you under my skin</em>, acompanhado de dançarinos assassinos zumbis controlados pelo poder da mente. O comentário é: <em>Diabéisso</em>?</p></blockquote> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-12829463997162053412009-11-25T12:06:00.001-08:002009-11-25T12:06:34.801-08:00Escreveu, não leu…<p>Passados os dias de Geyse, o que agita a blogosfera essa semana é a desventura de <a href="http://liberdade.blogueisso.com/sobre/">Emílio Moreno</a>, condenado pela justiça a pagar uma indenização de R$ 16 mil devido a um <strong>comentário injurioso</strong> veiculado em seu blog. O bafafá todo é porque ele foi condenado por algo que outra pessoa escreveu.</p> <h4>O barraco</h4> <p>O caso foi mais ou menos o seguinte: No começo de 2008, Emílio publicou em seu Blog uma notícia sobre uma briga entre alunos do Colégio Santa Cecília, em Fortaleza. Entre os comentários do Blog, houve um <strong>anônimo</strong> que escreveu algumas ofensas à Diretora do colégio, que também é freira. A diretora/freira processou o blogueiro exigindo indenização por danos morais. O blogueiro não compareceu à última audiência e não justificou sua ausência, e terminou condenado a pagar a indenização.</p> <p><img style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; border-top: 0px; margin-right: auto; border-right: 0px" title="Hein?" border="0" alt="Hein?" src="http://lh5.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/Sw2OPpoxTtI/AAAAAAAAB5Y/Ibo60FGLXio/image%5B6%5D.png?imgmax=800" width="550" height="183" /> </p> <p>O caso repercutiu nas <em>internets</em> e agora com a condenação tomou um fôlego extra. Eu tenho a ligeira impressão que há uma certa euforia e, por que não dizer, satisfação, quando casos de "absurdos" ou "injustiças" ocorrem e dão aos blogueiros combustível para dois ou três <i>posts</i> (<em>cof,cof.. heim?</em>). Contudo, um fato que vejo ocorrer com muita frequência é a falta de profundidade com que esses casos são abordados. Li uns vinte posts sobre o caso Emílio e em oitenta por cento deles as opiniões e argumentos eram exatamente os mesmos, contando apenas com leves variações de estilo. Obviamente a maioria se pronunciou <em>indignada</em> com a decisão da justiça e tratou de retratar o condenado como um pobre injustiçado <em>vítima da censura.</em></p> <p>Mas será que realmente o blogueiro é vítima nessa história? <strong>Não sei</strong>. E é isso que quero ressaltar, que não é tão simples como parece tomar partido em favor de um lado sem conhecer direito o que se passou. Não é responsável e nem inteligente formar uma opinião conhecendo-se apenas metade do bafafá. Parece mais que a intenção desses posts, antes de alertar para uma possível injustiça e gritar <strong><i>páuer</i> <i>tu</i> <i>depípou</i></strong>, é fazer baderna e jogar merda no ventilador. Isto posto, deixa agora eu falar o que penso dos fatos relatados - <em>com base no que li em diversos blogs e sites de noticias.</em></p> <h4>Sobre o Blogueiro e seu Blog</h4> <p>O fato é que houve um comentário publicado no Blog, cujo conteúdo atingia a moral de um indivíduo e, ainda por cima, publicado de forma anônima. Portanto esse comentário é duplamente anti-jurídico e, mais que isso, duplamente imoral. Embora o Blogueiro tenha escolhido não moderar seus comentários e permitir postagens anônimas, ele é responsável pelo conteúdo publicado em seu blog, principalmente porque ele é Senhor daquele espaço e nenhum comentário permanece sem sua autorização e, por consequência, seu aval. </p> <p>Não digo que devam permanecer publicados apenas os comentários que concordem ou favoreçam a perspectiva do Blogueiro, mas sim aqueles que, contrários ou favoráveis, emitam a opinião de forma civilizada e, preferencialmente, identificada. Ou seja, <strong>a partir do momento em que uma pessoa permite os comentários em seu Blog, torna-se co-responsável por qualquer prejuízo que deles possam resultar.</strong></p> <p><img style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; border-top: 0px; margin-right: auto; border-right: 0px" title="Tenho nada com isso, não..." border="0" alt="Tenho nada com isso, não..." src="http://lh4.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/Sw2OSfSV2MI/AAAAAAAAB5c/QtTu2ZfdSCI/image%5B13%5D.png?imgmax=800" width="550" height="345" /> </p> <p>Além disso, parece que o tal Emílio é estudante de Jornalismo<em> (aquela profissão que não precisa mais de diploma)</em> e, como tal, deveria saber pelo menos o básico sobre Responsabilidade, Anonimato, Difamação, Calúnia e principalmente Ações Judiciais por Danos Morais. De acordo com o que foi <a href="http://www.estadao.com.br/noticias/geral,blogueiro-tera-que-pagar-indenizacao-por-post-de-leitor,471496,0.htm">veiculado pela imprensa</a> é possível que ele tenha mantido o comentário mesmo após ser contatado pela Freira, sob alegação de defender a liberdade de expressão.</p> <blockquote>"Ainda segundo o blogueiro, que cursa Jornalismo numa faculdade particular, os advogados da freira, entraram em contato com ele e pediu para que o comentarista fosse identificado. Emílio Moreno disse ter de imediato retirado o comentário do post do ar. O advogado Helder Nascimento contestou. Disse que o blogueiro manteve a opinião do leitor, alegando o direito à liberdade de expressão, e também se negou a identificar o autor do comentário." <br /><i>Fonte: estadao.com.br</i></blockquote> <p>Para mim, tenha ele retirado o comentário logo após a reclamação ou só depois de ser intimado pela justiça, a diferença é pouca. Ele deveria ter retirado o comentário assim que o tivesse lido e constatado seu conteúdo ilegal. E se ele não tiver capacidade para discernir que tipo de comentário é opinião e que tipo é injúria, não deve nem mesmo ter um blog, ou então ter dinheiro para pagar condenações por danos morais.</p> <h4>Sobre a Freira</h4> <p>Se fosse comigo o ocorrido, e visse na situação uma chance de arrecadar uns caraminguás para amortizar a prestação do meu financiamento habitacional, faria o mesmo que a freira: Ação na Justiça com gosto de gás. <em>Escreveu, não leu, é analfabeto</em>. Algumas pessoas questionaram pertinentemente sobre onde estariam nessa hora os <strong>princípios cristãos</strong> da Freira, principalmente um chamado <strong>Perdão</strong>. Mas isso é bobagem, tenho certeza que Jesus vai ficar mais feliz com o dízimo sobre o valor da indenização.</p> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7066116536783884432.post-76385812712871868052009-11-22T08:52:00.001-08:002009-11-22T08:52:45.832-08:00Distrito 9 (2009)<p>Mais um filme de alienígenas. Mais do mesmo, porém com um mix de temperos que deixam a receita, de certa maneira, interessante – apesar da decepção inevitável que a mudança drástica de rumo causa ao espectador. Distrito 9 é a história de uma nave espacial gigante que encalhou no nosso planeta e não conseguiu mais partir e ir embora. Após três meses de espera, as autoridades humanas resolvem entrar na nave e ver<em> o que que tá pegando</em>. Dentro da nave encontram cerca de um milhão de alienígenas moribundos devido à desnutrição e ao confinamento.<em> Fantástico começo, instigante e envolvente</em>.</p> <p><img style="border-right-width: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto" title="" border="0" alt="" src="http://lh6.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/SwlsU151rzI/AAAAAAAAB40/luETYkvkQ3E/image27.png?imgmax=800" width="550" height="236" /> </p> <p>Porém, o desenvolvimento do filme não acompanha o mote inicial e acaba enveredando por um caminho de muita ação, pouco conteúdo, irreverência gratuita e diversos clichês. O que poderia se tornar uma grande história infelizmente perde a força e o rumo e termina como um filme pouco acima do medíocre. É um filme de estilo político: <em>Promete mas não cumpre</em>.</p> <p><font color="#800000" size="4"><strong>O que vale a pena</strong></font></p> <p>Pelo menos o começo do filme é sensacional e merece ser visto. A atmosfera criada em torno do acontecimento – <em>Alienígenas que parecem terem vindo pra ficar</em> – nos faz pensar <em>“Uau! Tem coisa boa vindo por aí”.</em> Não por acaso a nave calha de encalhar =) justamente sobre a cidade de Joanesburgo, <strike>capital</strike> a maior cidade da África do Sul. E após terem sido retirados da nave, a <em>[digite aqui o coletivo de alienígena]</em> extraterrena é alojada em um acampamento no meio da cidade, que é imediatamente cercada por arame farpado e homens armados.</p> <p><img style="border-right-width: 0px; display: block; float: none; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; margin-left: auto; border-left-width: 0px; margin-right: auto" title="image" border="0" alt="image" src="http://lh5.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/SwlsWcI62TI/AAAAAAAAB44/bQbD3-ayV2w/image20.png?imgmax=800" width="550" height="294" /> </p> <p>Está feito o paralelo. Os alienígenas são irremediavelmente vítimas de racismo e preconceito. É instaurado um novo Apartheid no país de Mandela, dessa vez uma segregação interplanetária. O formato de documentário da primeira parte do filme confere ainda mais impacto aos depoimentos dos sul-africanos, que se voltam contra os alienígenas; <em>“Se ao menos eles fossem desse planeta, os trataríamos como iguais”</em> diz um entrevistado.</p> <p><font color="#800000" size="4"><strong>O que derruba o filme</strong></font></p> <p>Infelizmente, após essa introdução que é dinamite pura, a esperada explosão não acontece. Algo dá muito errado no roteiro e na direção que transforma o filme em uma produção <em>pasteurizada</em>. Não é que esse novo rumo seja de todo ruim, mas a sensação de que algo se perdeu na história deixa um certo vazio para o espectador. Há uma queda muito grande de qualidade após a primeira parte, que não dá para nã ser notada e lamentada.</p> <p><img style="border-right-width: 0px; margin: 0px 15px 0px 0px; display: inline; border-top-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px" title="O Sr. tem 24 horas para abandonar o local." border="0" alt="O Sr. tem 24 horas para abandonar o local." align="left" src="http://lh4.ggpht.com/_65AXQTp_pTk/SwlsXBdGu5I/AAAAAAAAB48/2m5OLIGerzU/image26.png?imgmax=800" width="186" height="240" /> Pelo menos nessa segunda parte há uma certa similaridade com filmes como <em>A Mosca, Alien, Robocop</em> e <em>Tropas Estelares</em>, tanto na linguagem irreverente como na violência banalizada. Foram boas referências, pelo menos. Ponto para o filme. Porém, foram extremamente decepcionantes as soluções encontradas pelo roteiro para dar tensão e tentativa de humor ao filme, como a atitude idiota apresentar intimações aos alienígenas com ações de despejo <em>(francamente…)</em> e a circulação da notícia que o traidor humano que se juntou aos aliens teria sido flagrado tendo relações sexuais com um E.T. <em>(aquela imagem deles atracados é ridícula).</em></p> <p><strong>No frigir dos ovos</strong>, Distrito nove é um filme razoável, cujo principal demérito é desperdiçar de forma tão leviana um argumento excelente e um começo impecável, porém, se formos capazes de relevar esse disparate, ele se torna um filme divertido de assistir, com bastante ação.</p> Unknownnoreply@blogger.com0