Acabei de assistir o filme Gamer, com Gerard Butler, e estou pensando qual seria a melhor forma de descrevê-lo. Acho que “Perda de tempo” sintetiza satisfatoriamente a minha opinião.
O história é sobre um futuro próximo no qual as pessoas se divertem em jogos online no melhor estilo Second Life (que descanse em paz) com suas raves e personagens de aparência exdrúxula – os chamados avatares, ou em simulações de combate armado como o Counter-Strike. Porém, com uma singela diferença: Os personagens dos jogos são pessoas de verdade controladas por outras pessoas. Em vez de realidade virtual, realidade real.
Só um argumento idiota como esse já seria suficiente para que qualquer filme seja uma porcaria, mas o roteiro conseguiu o que parecia improvável – Piorar ainda mais a história e transformar o filme em uma bela porcaria. Por exemplo, os combatentes de Slayers (Esse é o nome do jogo de combate armado) que morrem às dezenas ao longo das fases do jogo são criminosos condenados à morte, recrutados para participarem em troca da promessa de liberdade caso consigam sobreviver. Extremamente original, não?
Essa justificativa foi utilizada muito antes, e de forma muito melhor, no excelente Running Man estrelado por Suasnêga. Inclusive todo aquele lance do protagonista ser inocente e a confissão do cara malvado ser transmitida ao vivo para todo mundo ver, foi copiado do mesmo jeito serviu de inspiração para Gamer.
Para não dizer que tudo no filme é uma merda completa, a música Sweet Dreams do Eurythmics é executada de forma maestral, principalmente com a identificação de sua letra com a trama. Também é sempre válida, embora batida e clichezenta, a crítica que se faz sobre o problema da imersão total no mundo virtual, que parece ser uma realidade cada vez mais próxima e impositiva. Por trás dos personagens magros, saudáveis e bonitos dos jogos, estavam o seus controladores, jogadores obesos mórbidos incapazes de se locomover sem o auxílio de uma cadeira de rodas (tirando o moleque que controlava o Kable, personagem do Butler, esse era um moleque magrinho e de olhos azuis).
Também houve uma crítica à mídia atual e a forma como transforma a miséria humana em espetáculo, sendo que, como se não bastassem as mazelas que existem naturalmente, em nome do Show se criam situações de ainda mais sofrimento e miséria, ao passo que quanto mais contato temos com toda essa realidade violenta e fria, mais insensíveis e distantes ficamos e, consequentemente, menos humanos. Mas isso o filme não teve interesse em aproveitar.
No frigir dos ovos, é um filme que, embora razoavelmente produzido, não tem como ser mais do que aparece na tela: Tiros e sangue pra todos os lados com uma justificativa duvidosa.
Ah, antes de ir embora, cabe comentar a cena perto do final do filme em que o cara malvado começa a dançar e cantar I’ve got you under my skin, acompanhado de dançarinos assassinos zumbis controlados pelo poder da mente. O comentário é: Diabéisso?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fala aí: