Vamos fazer umas suposições. Suponhamos que Geyse seja uma moça, como dizem os baianos, arretada ou, como diriam os paulistas da Uniban, puta. Talvez ela faça o tipo mulher-vulgar-quase-fatal. Talvez ela goste de usar roupas provocantes e, mais que isso, talvez ela não finja ser surda quando algum rapazote cheio de si faz um comentário maldoso quando ela passa, cuja finalidade é apenas se afirmar perante os outros rapazotes que formam seu grupinho de galinhos garnisés.
Imagine que situação humilhante para esses pobres garotos com capacidade mental ainda incompleta, em plena formação de sua identidade e extremamente dependentes da aprovação de seus colegas, quando tentam realizar o importante ato social de bancarem os fodões pra cima de uma menina, e em vez dela colaborar e cumprir o seu papel de ficar ruborizada e, calada, apressar o passo, resolve se insurgir contra o que está posto e mostra para o macho que ele não é assim tão macho.
Não pode haver outro resultado além do ódio contra o gênero feminino. Ódio resultante não de uma agressão injustificada ou de uma dominação pela força, mas ódio por ter sido ela o agente que me mostrou que as bolas nos meios das minhas pernas só servem pra encolher quando tomo banho frio. E assim as Geyses, com suas atitudes e seus vestidos cor de groselha-com-leite, alimentam a misoginia latente nos homens de miolos e testículos minguados.
Estes mesmos homens que a chamam de puta protegidos pela multidão, em meados de fevereiro se travestem daquilo que têm mais medo: De mulher. E saem pelas ruas maquiados e de mini-saias ironizando aquilo que os apavoram. Estes mesmos homens que a chamam de puta porque está todo mundo chamando também, em suas camas solitárias à noite se masturbam por ela cheios de culpa e choram molhando os lençóis.
É como diz o Leoni: Garotos como eu sempre tão espertos, perto de uma mulher são só garotos.
Sobre o ensino superior privado no Brasil
O fato é que as Faculdades particulares brasileiras são meros comércios de diplomas. Não há nenhum interesse em ensinar e muito menos em aprender. O nível cultural dos diplomados é deprimente, há (muitíssimos) casos de alunos se formarem sem ler um único livro sequer. Quanto mais, desenvolverem senso crítico ou a capacidade de questionar.
Mas é assim que as coisas funcionam no Brasil, a terra do fingimento. Aqui todos fingem. Os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem, só não se pode fingir o pagamento das mensalidades, ou são pagas de verdade ou a brincadeira acaba.
Ainda falta ao brasileiro médio a capacidade de pensar. Falta abandonar a inércia destruidora da preguiça mental, e colocar os neurônios para trabalhar. Aqui por essas bandas pensar é feio e discordar é ser rebelde. Quem pensa ou age diferentemente da manada é imediatamente marginalizado, sem que haja sequer apreciação de seus atos ou pensamentos.
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