2 de outubro de 2009

Box, banho. Bunker

A pressa ocupa cada vez mais espaço em nossa rotina urbana.
Sobreviver se tornou uma tarefa tão complexa, com tantos detalhes, meandros, necessidades e pseudo-necessidades que nada que estejamos fazendo parece ser o que realmente deveríamos estar fazendo naquele momento.
Então, o que quer que estejamos fazendo, fazemos com pressa pois está ocupando o escasso tempo que deveríamos ocupar com o que realmente importa.
E o que é mesmo o que importa?

A pressa se tornou estilo de vida, de excessão foi elevada a regra.
E tudo, ou quase tudo que está à nossa disposição é feito e moldado de modo a se adaptar à nossa pressa.
A comida já vem pronta, e às vezes até semi-digerida.
Os filmes já vem explicados.
Em vez de livros, resenhas.
Em vez de amigos, colegas de trabalho e faculdade.
Precisamos de tudo quase-pronto, semi-acabado e, consequentemente superfcifial.
Ir fundo requer disponibilidade e calma.


Felizmente, ainda existem alguns poucos refúgios sagrados contra a pressa.
Acho que nosso subconsciente vez por outra diz: "desacelera".
Meu refúgio é o banho. Lá eu me desligo da matrix, abro os olhos e curto essa comédia de erros.
Sem pressa.

Um bom banho bem demorado é um dos maiores prazeres que posso ter.
Fecho a porta do banheiro, entro no box e fecho também sua porta. É uma dupla proteção contra o mundo.
Calmamente, vou ajustando o chuveiro para encontrar a pressão e a temperatura ideal da água.
O barulho da água batendo no piso, nas minhas costas, forma uma terceira camada de isolamento.
Alí todo o tempo do mundo é meu.

Por falar nisso, deixa eu terminar logo esse post porque eu tenho que tomar banho pra sair.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fala aí: