21 de outubro de 2009

Perfeição e prática

“A prática conduz à perfeição”

O pensador (Auguste Rodin) O ditado acima é muito famoso e tido, como a maioria dos ditados, por verdadeiro. De fato, tenho experimentado mais ou menos isso aqui no Quarta Pessoa. Eu sempre quis escrever algo, um livro, um conto, uma poesia, uma letra de música, uma piada. Qualquer coisa que servisse de veículo para minha forma de ver o mundo. Porém eu sempre esbarrava na dificuldade de expressar com exatidão o que eu sentia.

Eu simplesmente não conseguia traduzir no papel o que eu queria dizer. Era frustrante. Por causa disso, até o mês passado, eu nunca fiz e levei a sério um blog, pois sempre no primeiro post eu me embaralhava e o resultado não era o que eu esperava. Contudo, aqui no Quarta Pessoa eu resolvi insistir. E reparei que tenho melhorado.

Eu estou me educando a escrever, pelo menos, um texto de aproximadamente quatrocentas palavras por dia. E, de fato, a cada novo texto as palavras saem com mais fluência e naturalidade. Escrever está se tornando cada vez mais fácil e prazeroso, e os resultados estão me agradando cada vez mais. Realmente parece que o ditado tem sua parcela de verdade. A prática conduz à perfeição.

Fugit Amor (Auguste Rodin)

Será?
Perfeição é uma palavra muito forte, de sentido absoluto. Acho que é um pouco de exagero usar essa palavra, visto que, por definição, a perfeição é algo “meio impossível” de alcançar. Então resolvi reescrever o ditado: “A prática conduz à quase perfeição”. Hum, ainda não está legal, a perfeição ainda está lá, mesmo que quase. “A prática conduz ao melhor do nosso potencial”. Assim está melhor, sem a perfeição que é intangível.

Belle Heaulmiere (Rodin de novo) Pensando bem, ainda não está muito certo, isso. A palavra “prática” é muito vaga. O que é prática? Uma pessoa que joga bola duas vezes por ano é um praticante? O cara que fumou um charuto para comemorar o nascimento do filho é um fumante? É preciso definir melhor esse conceito, para o ditado ficar mais ajustado. Não basta praticar, tem que praticar com frequência.

“A prática regular conduz ao melhor do nosso potencial”. Assim está quase perfeito, digo, está muito melhor agora. Dito assim, o ditado não engana ninguém. Ficou claro que a prática tem que ser regular e, mesmo assim, o máximo que atingiremos ainda estará longe da perfeição.

Mas tem uma coisa ainda. Por mais que alguém pratique, o atingimento do máximo que seu potencial permite também vai depender de fatores externos, que fogem completamente ao seu controle. O ditado precisa de um ajuste final.


“A prática regular conduz ao melhor do nosso potencial. Ou não.”

Ps: Um salve pro Rodin, que cedeu gentilmente fotos de suas esculturas para ilustrarem o post.

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