30 de julho de 2009

PS: Eu tamo (PS: I Love You) - 2007




Categoria: Legalzinho/Dispensável/Forçado/Despretensioso
Trilha Sonora: Boa. Destaque para o Gerard Buttler cantando.

O filme começa com os dois discutindo, falando verdades um para o outro.
Ela é frustrada porque ainda não alcançou o que havia planejado para sua vida: filhos, uma casa grande…
Para ele, o fato de ainda não terem dinheiro não significa que são um fracasso, pois para ele, o sucesso e a felicidade é estar ao lado dela (ti bunitinho..).

A discussão não termina em briga e muito menos com ele dormindo no sofá ou na banheira. A discussão termina com os dois se dando conta de o quanto se amam.
 Bem interessante essa apresentação dos personagens, que é feita justamente a partir de um atrito para demonstrar o amor e o afeto que sentem um pelo outro. “Apesar de termos problemas, nos amamos.”
Um bom começo, que serve para deixar bem triste a cena seguinte, que é o funeral dele.

Aos 35 anos, ele morre vítima de um tumor na cabeça. A cerimônia é em um bar, embalado por bebida e músicas e um alegre jantar. Os velórios americanos são (pelo menos os dos filmes) alegres, cheios de depoimentos e lembranças dos bons tempos. Eu gosto disso. A saudade está presente, mas com um clima diferente. Não é uma tristeza deprimente e uma lamentação cansativa. É uma homenagem ao de cujus.
Holly (Hillary Swank) não consegue superar a perda e, deprimida, não sai de casa, onde fica relembrando os momentos em que estavam juntos.

Parece que Gerry (Gerard Buttler) a conhecia tão bem, que previu que isso aconteceria.
Por isso, antes de morrer, ele escreveu uma série de cartas para Holly, que seriam entregues em diversos momentos.
Ele sabia que seria dificil para ela superar a perda e essa foi a maneira que encontrou para ajudá-la a seguir em frente.

A partir daí, ela passa a receber cartas póstumas que a levam a diversas situações. Ela tenta levar a vida adiante, mas a presença dele ainda é muito forte. Em cada situação ela o vê, e se lembra de como era feliz, então se entristece novamente.
E nisso se desenvolve o filme, nessa jornada dela, guiada por ele já morto, em busca de um recomeço.
O legal é a justificativa para essa estranha atitude tomada por Gerry. Ele achou que não havia conseguido se despedir dela satisfatoriamente.  Ele achou que essa seria uma prova definitiva de amor. Embora há quem veja nessa atitude uma característica de seu ego prepotente, de se achar tão especial que nem mesmo a morte faz cessar sua influência sobre Holly.

Há um ponto que achei interessante no filme:
Um dos motivos da frustração de Holly, é que ela trabalha em algo que não gosta, e isso a deixa infeliz, pois quando era nova ela pensava em ser artista, em criar, mas a rotina acabou por afastá-la de seu sonho.
Nos conteúdos das cartas, Gerry sempre a incentivava a se apaixonar novamente, e de certa forma nós espectadores esperávamos que ela se apaixonasse por um dos dois personagens com quem ela se envolve. Esse seria o recomeço que esperávamos.

Porém, o recomeço que ela encontra se dá com uma paixão inusitada e que torna o desfecho filme mais interessante. Ela retorna ao seu sonho de ser artista, abandona o emprego que odeia e começa a criar modelos de sapatos femininos.

Bastante válida essa alternativa que tenta fugir do clichê.