30 de maio de 2010

The Wolfman (2010)

Parece que as idéias originais abandonaram Hollywood, que já há algum tempo vive de requentar as histórias antigas. Isso não é necessariamente ruim, visto que muitos bons filmes antigos poderiam ganhar novo fôlego com as novas técnicas de efeitos visuais e o avanço da fotografia no cinema. Porém, por algum motivo não muito claro, parece que há uma maldição assombrando os remakes que, frequentemente, desapontam e não atendem às expectativas.

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É o caso de The Wolfman, que pretendia ser o resgate da lenda clássica do lobisomem, para fazer frente às inúmeras releituras e mudanças que sofreu no cinema ao longo das décadas, tornando-se um personagem superficial e caricato como em Van Helsing e Crepúsculo, por exemplo. É uma iniciativa louvável, visto a violência que o pobre lobisomem sofreu durante todos esses anos – até jogador de basquete juvenil ele já foi no cinema. Porém, a superficialidade do roteiro, as atuações negligentes e a falta de criatividade generalizada tornaram essa produção em um filme “mais do mesmo” e que certamente será esquecido tão logo acabe a exibição.

Atuações

Apesar de contar com atores muito bons, nenhum deles consegue convencer e passar a profundidade que foi concebida pelo diretor. Temos um Antony Hopkins nada esforçado, simplesmente recitando as falas sem nenhuma interpretação ao lado do Benício del Toro fazendo sua cara habitual de quem acabou de acordar e está de mau humor. A pior atuação coube a Emily Blunt que fracassa na tentativa de bancar a heroína romântica, embora eu nem a culpe por isso, visto que suas aparições no filme são gratuitas e desconexas. Mas há um certo mal-estar em presenciar o amor forçado que surge entre ela e del Toro. A impressão que tive ao assistir o filme, é que as atuações estavam ali apenas para ocupar o tempo entre as aparições do lobisomem.

O que há de ruim

O filme peca em se firmar excessivamente sobre os efeitos visuais, que hoje são commodities e não representam mais vantagem nenhuma. Apesar da transformação ser muito bem feita, não possui o efeito “uau” necessário para se tornar um elemento que mereça destaque. O diretor abusa dos sustos desnecessários e previsíveis, numa tentativa irritante de manter o espectador em alerta. Porém, o que achei pior no filme foi a participação especial do Smeagol do Senhor dos Anéis. Totalmente copiado e, o pior, desnecessário.

O que há de bom

Apesar de todas os problemas, o filme merece crédito por ser uma tentativa de se manter fiel à lenda do lobisomem. Acho que é só isso.