19 de dezembro de 2010

A Rede Social (2010)

O Facebook é um sucesso. O site de relacionamentos criado por Mark Zuckerberg possui mais de quinhentos milhões de usuários. É uma munda de gente. E o sucesso atrai a atenção das pessoas. Todos querem saber como o sucesso aconteceu. Todos querem fazer parte de um sucesso.

Se tiver alguns ingredientes básicos, como traições e roubo de ideias alheias, para apimentar a história, melhor ainda. Alguém disse uma vez que por trás de uma grande fortuna sempre há um grande crime. Afinal, não se faz meio bilhão de amigos sem fazer alguns inimigos.

Sejamos sinceros, o filme e os acontecimentos narrados não possuem nenhuma novidade. Trata-se de percalços que ocorrem rotineiramente, amizades que terminam, ideias que são roubadas, intrigas e muito conflito de egos. A história, no seu âmago, é um mero retrato do cotidiano, mas elevado à milésima potencia  por causa do sucesso do Facebook.

Você rouba mil reais, investe esse dinheiro e o transforma em um bilhão de reais. Qual deve ser o valor da indenização pelo roubo inicial?


Bilionários acidentais

O livro, que serviu de base para o roteiro do filme, possui um título que define bem toda a situação que envolve a criação e o estrondoso sucesso do facebook: A sorte de criar o produto certo na hora certa.

“Sorte? Isso parece ressentimento.” Pode perguntar você, caro leitor. Afinal, atribuir tamanho sucesso somente ao acaso desmerece toda a genialidade e trabalho que estão por trás do facebook.

É claro que há genialidade, é claro que há muito trabalho e muito esforço. E é claro que há também muita sorte, principalmente em relação ao timing. O serviço foi lançado na hora certa, que favoreceu seu Tsunâmico crescimento.

Quantos sites e serviços existem na internet? O maior ou menor sucesso deles depende exclusivamente de sua qualidade e genialidade? Estou certo que não. Não basta ser ótimo, tem que ter sorte. Seguindo o caminho oposto, é correto também afirmar que a sorte nunca chega se você não for bom no que oferece.

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Curiosidades sobre o filme

O filme foi dirigido por ninguém menos que David Fincher, de Seven, Clube da Luta, Jogo da Vida (excelente e pouco conhecido) e Benjamin Button, para citar alguns. Isso já serve de indício de que A Rede Social possui algum mérito.

As atuações estão muito boas, convincentes. Todos os protagonistas, especialmente Zuckerberg e Saverin, estão muito bons. Eu achei o Zuckerberg exageradamente parecido com Sheldon Cooper: Um gênio matemático portador de uma moderada sociopatia, algo que beira o autismo.

Os Gêmeos Winklevoss foram interpretados por dois atores que não tem nenhum parentesco, e o rosto de um deles foi digitalmente sobreposto ao outro, para ficarem iguais.*

Mark Zuckerberg não queria assistir ao filme inicialmente, mas terminou indo ver com alguns de seus funcionários. Depois ele comentou que, apesar do filme conter algumas imprecisões, eles acertaram nas roupas do seu personagem.*

A cena inicial do filme, que mostra a conversa e o fim do namoro de Mark Zuckerberg, precisou de noventa e nove takes para ficar satisfatória.*

Visto no IMDB*

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No frigir dos ovos

Antes de ser um filme sobre a criação de um site de sucesso, o filme é – para mim – sobre a criação, o desenvolvimento e a destruição de relações sociais. O antagonismo existente no fato de uma pessoa tão antissocial ter criado a maior rede social do mundo, e como isso afetou suas relações sociais.

A cena final, dele atualizando constantemente a página do site, à espera da aceitação de uma amizade, é a caricatura que contém a mensagem principal do filme.

Nada exuberante ou encantador, mas feito com capricho e precisão. Merece ser visto, mas se não for visto não será nenhum crime.

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