11 de outubro de 2009

Cashback (2006)

A beleza está em todos os lugares, cabe a nós a sensibilidade de captar, em um momento que seja, essa beleza. Ao ponto desse momento se tornar uma imagem eterna em nossa existência.

cashback Dizem que a beleza está nos olhos de quem vê. Isso corrobora com outra coisa que também dizem por aí, que vemos o mundo como somos, e não como ele é. O que isso significa? Isso significa que tudo está carregado de um subjetivismo absoluto. Nada é igual para duas pessoas diferentes. O que para uns é apenas um pacote de ervilhas aberto, caído no chão do supermercado, para outros é uma genuína representação da beleza, digno de ser apreciado por minutos, horas até.

Nesse ponto, e também em alguns aspectos narrativos, Cashback é muito parecido com Beleza Americana, só que leva desvantagem. Cashback é muito monótono e demora muito pra chegar onde quer. Não me surpreendi quando soube que o filme é a refilmagem de um curta-metragem. Realmente há ali conteúdo para para preencher 20 ou 30 minutos de filme, mas não uma hora e quarenta minutos de projeção.

Uma das saídas encontradas pelo diretor foi a criação de efeitos visuais, muito bonitos, que fique claro, como os “pauses” – momentos em que o protagonista congela o tempo para extrair dele a sua beleza em forma de desenho. Também são muito bonitas as transições de cena que ocorrem sempre que ele se lembra de algo de sua infância. Porém, efeitos são insuficientes para cobrir falhas estruturais de roteiro e direção.

Ervilhas, que belo!

Uma argumentação válida que li sobre o filme diz que se a intenção do diretor era mostrar que há beleza em todos o lugares e ocasiões, então o fato de escolher belas modelos para representar essa beleza é um erro. Seria muito melhor se houvesse colocado no lugar mulheres comuns, como elas realmente são. Concordo com esse argumento. Nada a ver, essa submissão aos estereótipos.

Gostei da ambientação escolhida, os corredores de um supermercado, para mostrar que existe beleza em qualquer lugar (apesar desse supermercado ser frequentado apenas por modelos).
E gostei muito do desfecho, quando se diz que é possível desacelerar um momento, e até pará-lo, mas é impossível voltar no tempo e fazer de outro modo o que já foi feito.

No frigir dos ovos, infelizmente, o filme tem mais erros que acertos. É muito monótono e cheio de personagens excessivamente caricatos. Mais uma boa intenção cujo destino é o inferno do ostracismo.

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