20 de outubro de 2009

Fincando o pau da bandeira

Raising the Flag

Guerra. Aí está uma coisa estúpida. E provavelmente na guerra seja onde a estupidez se manifesta em sua maior intensidade. Por isso que fotos como essa acima me despertam, em vez de empolgação, antipatia. O cartaz não corresponde ao filme. Querem vender a guerra como algo valoroso, sendo que na realidade é abominável. Certamente se não nos vendessem essa imagem, ninguém iria às armas disposto a matar e morrer pelo país (bleargh!). Contraditoriamente, é também na guerra que os sentimentos mais nobres se manifestam.

Nessa contradição, a guerra se mostra emblema de uma humanidade que não quer mudar. Uma humanidade que se recusa a evoluir onde mais importa, na tolerância e no diálogo. Prefere dar tiros, documentar tudo e depois apresentar como algo digno de medalhas.

A foto acima foi tirada em Iwo Jima em 1945, na segunda guerra mundial. É uma das fotos mais famosas do mundo e possivelmente a mais reproduzida de todos os tempos. E olhando pra ela dá até vontade de ir pra guerra. “Quem sabe eu não dou a sorte de sair numa foto e ficar famoso também”.

Porém, dos seis sortudos da foto acima (sim, tem seis pessoas ali), três morreram na mesma batalha em que a foto foi tirada. Pare e pense na idiotice sem tamanho. Quantos milhares de pessoas morreram nessa guerra? Quantas foram devidamente homenageadas pelo sacrifício? Aí, por causa de uma foto que nada muda, esses caras são tidos como heróis e acabam virando celebridades.

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Além de tudo isso, tem algo nessa foto que me incomoda muito. O que é que aquele último cara da esquerda está fazendo ali? Com os braços levantados sem nem encostar no mastro, ele está só encoxando o companheiro da frente. Eu não disse que guerra é uma merda?

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