14 de outubro de 2009

Highlander (1986)

Só pode haver UM!

McLeod Highlander é um daqueles filmes que sempre estiveram na minha lembrança como um grande clássico dos anos oitenta. Quando assisti pela primeira vez eu devia ter uns 11 ou 12 anos e fiquei bastante impressionado. Algumas cenas e o famoso bordão “só pode haver um!” permanecem firmes até hoje.

Imbuído de um saudosismo enorme, resolvi assistir novamente – mais de vinte anos depois. Eu havia comprado o filme há mais de um ano atrás por R$12,90 nas lojas Americanas, mas ainda aguardava a vontade de revê-lo. A vontade veio hoje.


É obvio que ao assistir o filme levei em consideração a época em que foi feito, e sob quais circunstâncias sociais e culturais a obra foi realizada. Porém, o que torna uma obra em um clássico são justamente as qualidades que não desaparecem com o tempo. E nesse ponto Highlander falha. Não falha desastrosamente, mas falha.

Ao assistir hoje percebo um roteiro e uma edição demasiadamente confusa. Tanto na linha mestra do enredo como nas cenas, individualmente. Tome por exemplo a luta inicial de McLeod no estacionamento do Madison Square Garden. Achei de péssima qualidade. Chegou a ser brochante. Eu estava todo animado para ver o filme, naquela expectativa, e logo de cara recebo um banho de água fria.

Superado esse momento, começa a explicação do que se trata o filme. Um bando de guerreiros imortais que atravessam os séculos caçando uns aos outros e arrancando suas cabeças, na tentativa de serem o último sobrevivente dessa ordem, sobre o qual recairia um grande mistério (o mundialmente famoso “Só pode haver um"!”). Sensacional! Temos aqui um argumento de primeira. Infelizmente o filme não dedica espaço suficiente para explorar toda essa mitologia que sustenta o filme. As explicações, em forma de flashbacks, são muito curtas e confusas.

McLeod Por outro lado, temos tempo perdido com cenas, no mínimo, estranhas, como toda a sequência da luta de Kurgan contra Sunda (não, não é piadinha infame. É esse o nome do personagem). Vejamos: Temos um cara que, do nada, anda de carro pelas ruas da cidade com um arsenal no banco do carona. Passeando pelos becos, ele avista dois imortais batalhando (não mostra como se encontraram e nenhum dialogo. Estão apenas lutando de espada, do nada) Após arrancar a cabeça de Sunda e ser metralhado pelo maluco do carro, Kurgan sai em fuga dentro de um carro com uma velhinha pendurada no parabrisas. Diabéisso, gente?

É esse tipo de cena que estraga o filme, e não deixa que ele entre na minha relação de grandes filmes fodas de todos os tempos. É uma grande história que foi desperdiçada.

Como uma deeeeeusaaaaa.. Queen

Um dos grandes méritos do filme é a trilha sonora, composta pela bandinha de Freddy Mercury em canções feitas especialmente para o filme. E estamos falando de grandes sucessos, como A kind of magic. As músicas se encaixam muito bem no clima épico do filme e criam um ambiente perfeito, principalmente nas cenas passadas na Escócia medieval.

Mérito

Highlander conseguiu criar uma ótima mitologia de guerreiros imortais, que permanece viva até hoje. Algumas partes da história são realmente bem boladas interessantes, como os métodos que McLeod utilizava para obter identidades falsas e manter seu patrimônio acumulado durante 500 anos.

Acho que X-men Wolverine foi muito inspirado nesse personagem. São muitas as semelhanças – Vida longa, relacionamento dificil com as mulheres, as lâminas (das garras e da espada), o poder de recuperação física e a quase imortalidade.





Demérito

Muito tempo perdido com cenas irrelevantes e mal feitas. Edição confusa e o pouco tempo dedicado a contar direito a história. Enquanto McLeod é razoavelmente bem apresentado, os demais imortais, incluindo o personagem de Sean Connery, são muito mal trabalhados e simplesmente caem de paraquedas no filme.

No frigir dos ovos

Highlander é um filme que merece ficar na memória, pelo que representou em seu tempo. Seria ótimo se houvesse um remake, desde que fiel ao argumento original.

5 comentários:

  1. Ah, mas este filme tem mais um mérito: higlander virou sinônimo de alguma coisa que não morre fácil. Tipo, eu tentando matar uma barata. Ela não morre nunca, logo eu exclamo: essa barata é higlander!!
    Super virou bordão.

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  2. Vc jura que toda vez que eu quiser comentar vou ter q copiar aquelas letrinhas chatas??? Ah neimm

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  3. Talvez o termo “só pode haver um” não tenha sido vislumbrada pelos produtores como um possível jargão que se tornou. Genial e pouco explorado, ainda hoje eu uso. Imagine, eu aos 40 anos, levando a mão ás costas, como quem vai tirar uma espada e proclamo a frase aguda e ferina: “Só pode haver um”. Ridículo e saudosista! Eu adoro!

    Dá mesmo a impressão que o Wovwrine foi inspirado pelo Higlander. Mas os Xman foram criados em 1974. Será que o roteiro do Hilander foi escrito antes de 74? Será que havia alguma publicação da história do imortal? Sei lá! Mas que parece que um inspirou o outro, isso parece!
    Bem...se Higlander inspirou alguma história do cinema eu diria que foi o Hancok. O paralelo é quase exato. O que você acha?

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  4. Higlander deve ter morrido por falta de H. Talvez o Highlander seja imortal, risos.

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  5. @Kiko

    Eu não tinha visto ligação entre Mcleod e o Hancock. Mas agora que vc falou, continuo se enxergar.

    @Renato

    Corrigido, vlw.

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